Fundos imobiliários fecham dia em queda e interrompem sequência de sete sessões de ganhos

Postado em 25 de janeiro de 2022 por

Fundo imobiliário de renda residencial da CSHG (HGRS11) negocia primeiras unidades acima do valor esperado

O IFIX – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou a sessão desta quinta-feira (20) em queda de 0,09%, aos 2.804 pontos. O resultado interrompe uma sequência de sete sessões de ganhos do indicador. Em janeiro, o Ifix opera na estabilidade.

Nesta quarta-feira (19), o CSHG Renda Residencial ([ativo=HGRS11]), representante de um segmento ainda em desenvolvimento no Brasil – o de renda residencial – divulgou o primeiro relatório gerencial e destacou que as primeiras unidades da carteira têm sido negociadas acima do valor esperado.

O fundo busca gerar retorno por meio do investimento em empreendimentos imobiliários residenciais destinados à moradia ou hospedagem de curta, média ou longa temporadas.

Em novembro de 2021, o CSHG captou quase R$ 120 milhões na primeira emissão de cotas. O recurso foi usado para adquirir 110 unidades residenciais nos edifícios JML 747 e Faria Lima, ambos em São Paulo (SP).

Segundo o relatório gerencial, a expectativa de valor de locação para os imóveis do fundo é de R$ 205 por metro quadrado no caso do JML 747 e R$ 210 para o Faria Lima.

O documento adianta, porém, que as primeiras unidades residenciais do JML 747 vêm sendo comercializadas por um valor superior ao projetado, de aproximadamente R$ 214 por metro quadrado.

“Considerando esse valor anualizado e o preço de aquisição por metro quadrado dos empreendimentos, temos um Yield on Cost [retorno financeiro com a receita do aluguel] aproximado de 9% e 11% respectivamente”, detalha o relatório.

O empreendimento JML 747 teve o “habite-se” expedido no final do primeiro semestre de 2021 e está em fase avançada de acabamento dos apartamentos e o Faria Lima está em obras, com entrega esperada para o segundo semestre de 2022.

Entre os fatores que sustentam o investimento no segmento de renda residencial, o CSHG cita o crescimento de 30% na demanda por locação nos últimos dez anos e o déficit habitacional do País, em torno de 6 milhões de domicílios.

Maiores altas desta quinta-feira (20):

Ticker Nome Setor Variação (%)
BLMG11 Bluemacaw Logística Logística 2,53
CPFF11 Capitânia Reit Híbrido 1,74
GGRC11 GGR Covepi Renda Logística 1,54
CVBI11 FII VBI CRI Títulos e Val. Mob. 1,19
HSAF11 HSI Ativos Financeiros Títulos e Val. Mob. 1,17

Maiores baixas desta quinta-feira (20):

Ticker Nome Setor Variação (%)
VIFI11 Vinci Instrumentos Financeiros Títulos e Val. Mob. -3,01
BRCO11 BRESCO Logística Logística -2,21
JSRE11 JS Real Estate Híbrido -2,01
XPML11 XP Malls Shoppings -1,8
XPLG11 XP Log Logística -1,66

Fonte: B3

Bresco Logística (BRCO11) anuncia reforma em imóvel locado pelo Mercado Livre
O fundo Bresco Logístico anunciou, em fato relevante divulgado nesta quarta-feira (19), que expandirá o refeitório existente no imóvel Bresco Bahia, atualmente alugado para o Mercado Envios Serviços, o Mercado Livre.

A obra foi incluída no contrato de locação do espaço de 58 mil metros quadrados, localizado no município de Lauro de Freitas (BA).

As benfeitorias demandarão um investimento de aproximadamente R$ 7,2 milhões, valor que está disponível no caixa do fundo. Desta forma, o Bresco afirma que a distribuição mensal de dividendos não será impactada com a reforma.

O trabalho tem duração estimada de cinco meses e entrega prevista para maio de 2022.

Em contrapartida, o Bresco Logística confirmou reajuste no valor do aluguel pago pelo Mercado Livre e a prorrogação da vigência do contrato até abril de 2026.

De acordo com o comunicado ao mercado, o investimento na expansão do refeitório do Bresco Bahia representará um acréscimo na distribuição mensal de dividendos de aproximadamente R$ 0,01 por cota.

Dividendos de hoje
Confira os fundos imobiliários que distribuem rendimentos nesta quinta-feira (20):

Ticker Fundo Rendimento
PQDP11 Parque Dom Pedro Shopping Center R$ 16,40
ELDO11B Eldorado R$ 6,74
HCRI11 Hospital da Criança R$2,50
GCRI11 Galapagos CRI R$ 1,38
MGCR11 Mogno CRI R$ 1,00
BRLA11 BRL Properties II R$ 0,99
RCFF11 RBR Desenvolvimento Comercial R$0,83
GCFF11 Galapagos FoF R$ 0,79
MORE11 More FoF R$ 0,70
NAVT11 Navi FoF R$ 0,60
TRNT11 Torre Norte R$ 0,60
BLCP11 Bluecap Log R$ 0,52
DOVL11B Dovel R$ 0,27
APTO11 Navi Residencial R$ 0,03

Fonte: InfoMoney

Giro imobiliário: recém lançado, IVAR é cotado como substituto do IGP-M
Durante muitos anos, o IGP-M (Índice de Geral de Preços – Mercado) foi usado como indicador para reajuste de alugueis. A sigla começou a aparecer nos contratos de aluguel, sem muita contestação, nas décadas de 1980 e 1990, quando o país vivia uma hiperinflação e os proprietários de imóveis tinham a necessidade de assegurar um reajuste do preço de mercado.

Com o aumento do IGP-M e muitos contratos de aluguel atrelados ao indicador, inquilinos passaram a buscar uma forma de alterar o contrato. Em dezembro de 2020, o QuintoAndar, empresa de aluguel e compras de imóveis, deu um passo além e anunciou que deixaria de usar o IGP-M para reajustar os contratos firmados na plataforma. Na época, a diferença entre os índices era grande: o IGP-M havia avançado 23,14% no acumulado de 12 meses, entre janeiro e dezembro, e o IPCA, acumulava alta de 4,52% no mesmo período.

Os Fundos Imobiliários também precisaram rediscutir o índice de correção dos contratos com seus inquilinos e alguns deles chegaram a procurar a Justiça.

Foi por isso que a FGV, que calcula e divulga mensalmente o IGP-M, desenvolveu o IVAR, Índice de Variação de Alugueis Residenciais. Em abril de 2021, a FGV já havia admitido um estudo para substituir o IGP-M em contratos de aluguel, lembrando que o indicador não foi criado para isso e considerando que o setor imobiliário foi profundamente afetado pelos efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho, o que resultou em muitas renegociações entre inquilinos e proprietários. Reportagem do InfoMoney discute se o IVAR será o substituto do IGP-M e o futuro do indicador conhecido como a “inflação do aluguel”.

Fonte: Infomoney