Vendas de janeiro mantêm mercado otimista

Postado em 21 de março de 2022 por

A despeito de fatores econômicos que preocupam, empresas investem em novos lançamentos imobiliários no Rio

Guerra, inflação, eleição… Os desafios para 2022 são muitos, mas o mercado imobiliário permanece otimista, impulsionado pelos ótimos resultados do ano passado. Uma pesquisa recém-divulgada pelo SindusconRio mostra que, entre janeiro e dezembro de 2021, foram lançados 110 empreendimentos na cidade do Rio de Janeiro, totalizando 12.582 unidades. Em 2020, primeiro ano da pandemia, foram 75 lançamentos e, em 2019, quando o segmento começou a se recuperar do baque pós-Olimpíada, 43.

Segundo o levantamento, em janeiro deste ano foram vendidas 1.552 unidades residenciais em edifícios, contra 1.371 em dezembro de 2021. O mercado ficou muito concentrado nas extremidades: bons negócios na faixa de imóveis econômicos, enquadrados no programa Casa Verde e Amarela, e também em casas e apartamentos acima de R$ 1,5 milhão, financiados pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) e localizados, principalmente, na Zona Sul, na Barra e na Tijuca.

— A tendência é esse comportamento se repetir em 2022. Mas há fatores que preocupam, como o aumento de custos dos insumos e da taxa de juros — afirma o presidente do Sinduscon-Rio, Claudio Hermolin.

A passagem de 2021 para 2022 foi marcada por um momento realmente excepcional do mercado, avalia o presidente da AdemiRio, Marcos Saceanu, destacando que a movimentação do último trimestre foi quase igual à soma dos três anteriores. Segundo ele, a questão agora é entender como a instabilidade política e econômica vai impactar nos negócios.

—Tijolo é tijolo, e o consumidor sabe que imóvel oferece um porto seguro. Acho que no segmento de alto padrão não haverá grandes sobressaltos, porque o mercado tem muitos produtos bons recém-lançados e paralançar — explica ele, que também é presidente da Piimo Empreendimentos Imobiliários, que tem quatro residenciais cujas vendas serão iniciadas ainda neste ano: dois em Ipanema, um em Botafogo e outro no Centro.

Ciclo em ascensão

O diretor Comercial e de Marketing do Grupo Patrimar, Lucas Couto, vai além e observa que, ao contrário de outras metrópoles como São Paulo e Belo Horizonte, o ciclo de crescimento do mercado imobiliário no Rio ainda está em ascensão.

— Embora o Rio tenha sofrido mais no pós-Olimpíada, a recuperação está se mostrando mais vigorosa e duradoura. Este ano será melhor do que foi 2021, e ainda vemos espaço para o mercado continuar crescendo até 2023 — analisa o diretor.

A Patrimar estreou na capital fluminense com o Oceana Golf, que vendeu 80% das unidades da primeira fase em apenas 48 horas. Para 2022, o executivo informa que haverá mais dois lançamentos com quase 1,2 mil unidades no total e VGV de R$ 1 bilhão para cada um.

Entre as tendências deste ano, os estúdios mantêm força total, e os retrofits ganham mais espaço no mix de ofertas. A mudança na legislação, que permitiu a alteração do uso residencial para comercial e vice-versa, abriu novas possibilidades para a recuperação de imóveis. O Centro promete muitas novidades, embora a Zona Sul ainda seja o xodó das construtoras.

— O Rio é um atrativo importante no cenário mundial. Cerca de 40% dos nossos clientes são estrangeiros ou brasileiros que moram no exterior. Com o dólar em alta, o mercado local fica muito atraente para eles. Não alteramos nosso planejamento porque o segmento de alto padrão é mais resiliente aos eventos macroeconômicos — observa o diretor de Incorporação da Bait Inc., Fred Kessler, empresa que tem três empreendimentos previstos para 2022, com cerca de 250 unidades e VGV de R$ 650 milhões.

Fonte: O Globo