Veja qual o valor do metro quadrado da construção civil em 2024

Postado em 10 de junho de 2024 por

Segundo o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), valor em abril de 2024 variou 0,41%

O valor do metro quadrado da construção civil atualmente está em R$ 1.736,37. Desse total, R$ 1.007,30 são relativos aos materiais e a parcela da mão de obra corresponde a R$ 729,07. Os dados foram divulgados em 10 de maio e fazem parte da atualização de abril do SINAPI — índice aferido pelo IBGE em conjunto com a Caixa Econômica Federal.

No quarto mês de 2024, o percentual teve variação de 0,41%, sendo essa a maior taxa desde setembro de 2022. Frente aos números de março (0,07%), o índice subiu 0,34 ponto percentual em abril. A título de comparação, em abril do ano passado, o SINAPI havia registrado alta de 0,27%.

Com a atualização mais recente, o acumulado dos últimos 12 meses do valor do metro quadrado da construção civil foi para 2,51% — percentual que está acima dos 2,36% observados nos 12 meses anteriores.

VALOR DOS MATERIAIS E DA MÃO DE OBRA
Em abril, a parcela dos materiais de construção apresentou variação de 0,11%, permanecendo assim no mesmo patamar dos meses anteriores. Em março, a alta registrada foi de 0,13% — 0,02 ponto percentual acima do número atual. Considerando o índice de abril de 2023 (0,42%), houve queda de 0,31 ponto percentual.

Já a mão de obra teve variação de 0,83%, registrando alta de 0,85 ponto percentual frente a março (-0,02%). Na comparação com abril de 2023 (0,05%), observa-se alta de 0,78 ponto percentual.

O resultado acumulado dos últimos 12 meses ficou em 0,05% na parcela dos materiais e 6,12% na parcela da mão de obra.

VARIAÇÃO DO VALOR DO METRO QUADRADO EM 12 MESES
Confira, na tabela abaixo, como o valor do metro quadrado da construção civil variou nos últimos 12 meses.

Data Valor do metro quadrado Variação do INCC
Abril 2024 R$ 1.736,37 0,41%
Março 2024 R$ 1.729,25 0,07%
Fevereiro 2024 R$ 1.728,11 0,15%
Janeiro 2024 R$ 1.725,52 0,19%
Dezembro 2023 R$ 1.722,19 0,26%
Novembro 2023 R$ 1.717,71 0,08%
Outubro 2023 R$ 1.716,30 0,14%
Setembro 2023 R$ 1.713,87 0,02%
Agosto 2023 R$ 1.713,52 0,18%
Julho 2023 R$ 1.710,37 0,23%
Junho 2023 R$ 1.706,50 0,39%
Maio 2023 R$ 1.699,79 0,36%

VARIAÇÃO POR REGIÃO
De acordo com o SINAPI, a região Sudeste apresentou a maior variação em abril (0,65%).
Na sequência, aparecem Nordeste (0,44%), Norte (0,18%), Sul (0,08%) e Centro-Oeste (0,04%).
Quando analisados os números de cada estado em abril, Minas Gerais se destaca, com variação de 1,80% — número explicado pelas altas nas categorias profissionais.

Veja os detalhes nas tabelas:

SINAPI em abril de 2024 com desoneração da folha de pagamento

Áreas Geográficas Custos Médios Números Índices Variações Percentuais
R$/m² Jun/94=100 Mensal No ano 12 meses
Brasil 1736,37 869,11 0,41 0,82 2,51
Região Norte 1790,99 892,41 0,18 1,05 3,68
Rondônia 1840,43 1026,27 0,24 0,94 3,94
Acre 1894,79 1005,48 -0,05 1,01 4,27
Amazonas 1806,97 884,54 0,02 0,78 4,54
Roraima 1901,89 789,96 0,29 1,55 6,26
Pará 1744,44 836,40 0,08 0,68 2,32
Amapá 1750,17 850,04 1,51 3,14 6,13
Tocantins 1842,03 968,48 0,18 2,00 3,84

Região Nordeste 1618,44 874,23 0,44 1,21 2,58
Maranhão 1670,08 880,01 0,13 0,97 4,86
Piauí 1633,17 1085,42 0,07 1,13 5,01
Ceará 1611,66 930,98 0,02 1,89 3,84
Rio Grande do Norte 1652,05 832,76 0,14 2,10 5,96
Paraíba 1671,41 924,31 0,64 1,21 4,23
Pernambuco 1564,52 836,38 -0,31 -0,31 0,92
Alagoas 1574,87 786,63 -0,09 0,72 3,02
Sergipe 1549,25 823,20 -0,25 1,28 1,74
Bahia 1622,34 858,82 1,54 1,76 0,20

Região Sudeste 1779,23 851,71 0,65 0,85 2,01
Minas Gerais 1648,61 907,27 1,80 2,28 0,76
Espírito Santo 1581,43 877,31 0,41 0,17 2,35
Rio de Janeiro 1909,57 870,18 0,05 0,79 3,70
São Paulo 1821,57 822,50 0,30 0,16 1,99

Região Sul 1847,03 883,36 0,08 0,24 3,73
Paraná 1830,16 875,16 0,12 0,31 3,78
Santa Catarina 1992,16 1078,61 0,10 0,25 3,94
Rio Grande do Sul 1735,48 787,56 0,00 0,06 3,37

Região Centro-Oeste 1757,56 897,07 0,04 0,14 1,67
Mato Grosso do Sul 1689,49 794,67 0,00 -0,72 1,18
Mato Grosso 1823,83 1040,29 0,13 1,23 2,73
Goiás 1710,62 903,58 0,02 0,09 1,41
Distrito Federal 1781,12 786,62 -0,01 -0,65
0,96

SINAPI em abril de 2024 sem desoneração da folha de pagamento

Áreas Geográficas Custos Médios Números Índices Variações Percentuais
R$/m² Jun/94=100 Mensal No ano 12 meses
Brasil 1848,40 924,33 0,43 0,84 2,71
Região Norte 1894,67 944,08 0,18 1,01 3,79
Rondônia 1948,32 1086,30 0,24 0,92 4,05
Acre 1998,67 1060,83 -0,05 0,94 4,41
Amazonas 1912,17 936,41 0,01 0,71 4,81
Roraima 2018,68 838,30 0,26 1,53 6,30
Pará 1844,68 884,26 0,07 0,64 2,43
Amapá 1854,44 900,84 1,68 3,26 6,11
Tocantins 1948,57 1024,88 0,17 2,00 3,98

Região Nordeste 1717,92 927,93 0,48 1,27 2,76
Maranhão 1770,06 932,83 0,16 0,94 4,91
Piauí 1731,38 1150,55 0,09 1,16 5,21
Ceará 1706,47 985,18 0,02 1,91 4,02
Rio Grande do Norte 1753,09 883,42 0,15 2,23 6,28
Paraíba 1772,71 980,14 0,63 1,23 4,51
Pernambuco 1660,40 888,02 -0,29 -0,29 1,21
Alagoas 1670,04 834,60 -0,10 0,75 3,14
Sergipe 1641,46 872,36 -0,24 1,30 1,67
Bahia 1727,56 913,65 1,67 1,94 0,50

Região Sudeste 1901,04 909,55 0,69 0,87 2,30
Minas Gerais 1753,03 964,26 1,97 2,40 0,99
Espírito Santo 1682,99 933,82 0,62 0,40 2,78
Rio de Janeiro 2045,96 933,13 0,05 0,80 4,11
São Paulo 1949,63 880,48 0,28 0,14 2,23

Região Sul 1970,32 942,13 0,03 0,23 3,80
Paraná 1956,01 935,24 0,00 0,30 3,96
Santa Catarina 2127,42 1152,24 0,09 0,23 3,81
Rio Grande do Sul 1842,93 836,67 0,00 0,10 3,49

Região Centro-Oeste 1864,92 951,94 0,05 0,15 1,89
Mato Grosso do Sul 1792,79 842,61 0,00 -0,68 1,44
Mato Grosso 1933,39 1103,04 0,15 1,16 2,94
Goiás 1817,31 959,11 0,02 0,11 1,62
Distrito Federal 1889,26 834,74 -0,01 -0,62 1,15

INCC-M
Além do SINAPI, outro importante indicador de custos do setor é o INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção), realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Assim como o custo por metro quadrado da construção determinado pelo IBGE, o INCC-M acompanha a evolução dos preços de materiais, serviços e mão de obra destinados à construção de residências. Ele é calculado em sete capitais — Brasília, Recife, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

COMO FICOU O INCC-M EM ABRIL?
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) aumentou 0,41% em abril de 2024, número superior à taxa de 0,24% registrada no mês anterior.

O INCC-M acumula alta de 3,48% em 12 meses. A título de comparação, em abril de 2023 o indicador tinha subido 0,23% e se observava um aumento de 7,48% em 12 meses.

Segundo o indicador, em abril, o custo com a mão de obra cresceu 0,74%, ante 0,23% em março.

O custo com materiais, equipamentos e serviços teve alta de 0,18% em abril, após alta de 0,25% no mês anterior.

Dentro do grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, a categoria de Materiais e Equipamentos registrou um aumento de 0,17% em abril, o que representa um incremento menor em comparação à variação de 0,26% observada em março. De acordo com a FGV, o movimento reflete tendência de recuo nos preços desses insumos, considerados cruciais para a execução dos projetos.

Ainda dentro dessa categoria, destaque para o subgrupo “materiais para acabamento”. Nele, a taxa diminui de maneira significativa, passando de 0,40% para -0,02%.

Na variação relativa a Serviços, houve um aumento significativo. O índice passou de 0,14% no mês anterior e foi para 0,29% em abril. Parte desse resultado está relacionada com o item “conta de energia”, que foi de -0,40% para 1,54%.

Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e São Paulo tiveram aceleração em suas taxas de variação, o que aponta para um aumento no custo da construção. Enquanto isso, no Rio de Janeiro observa-se queda no percentual.

CUB
Índices como o INCC e o SINAPI são fundamentais para os orçamentistas calcularem o custo da construção.

Além desses dois indicadores, outra referência importante para apoiar a estimativa de valores é o Custo Unitário Básico (CUB), calculado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil de cada região, com base nos preços de produtos e serviços relacionados à atividade.

O CUB reflete a variação dos custos das construtoras. Além de ser um importante termômetro na variação dos custos de mão de obra e serviços, ele é de uso obrigatório nos registros de incorporação dos empreendimentos imobiliários.

O preço básico é determinado por metro quadrado e a apuração dos valores é feita segundo os projetos-padrões de referência.

POR QUE O VALOR DO METRO QUADRADO DA CONSTRUÇÃO É TÃO IMPORTANTE?
Produção conjunta do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da Caixa Econômica Federal, o SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) foi criado em 1969. O objetivo era a produção de informações de custos e índices de forma sistematizada, com abrangência nacional, para apoiar a elaboração e a avaliação de orçamentos, como também o acompanhamento de custos.

Hoje, o SINAPI é a principal tabela de referência para composições e preços de serviços e atividades de obras públicas e privadas no Brasil.

As séries mensais de custos e índices de custos referem-se ao valor do metro quadrado de uma construção no canteiro de obras. Elas não contemplam as despesas com projetos em geral, licenças, seguros, instalações provisórias, depreciações dos equipamentos, compra de terreno, administração, financiamento e aquisição de equipamentos.

As estatísticas do SINAPI são fundamentais na programação de investimentos, sobretudo para o setor público. Os preços e custos auxiliam na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, enquanto os índices possibilitam a atualização dos valores das despesas nos contratos e orçamentos.

Fonte: AECWEB