Postado em 13 de outubro de 2025 por sn-admin
CMN aprova medida que eleva o teto do SFH e amplia o percentual obrigatório da poupança para financiamentos habitacionais, prometendo revolucionar o acesso à casa própria no Brasil.
O mercado imobiliário brasileiro está prestes a passar por uma transformação histórica. Em uma reunião extraordinária, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou um novo modelo de direcionamento dos recursos da poupança para o crédito imobiliário, uma iniciativa que busca injetar bilhões no setor e democratizar o acesso à moradia.
Com a presença do presidente Lula no anúncio oficial, a medida foi desenhada para atender, principalmente, famílias de baixa renda que ainda não são contempladas por programas habitacionais existentes, além de impulsionar a construção civil.
A Regra de Ouro: Poupança 100% no Imóvel
A mudança central reside na elevação gradual da porcentagem dos depósitos de poupança que os bancos são obrigados a aplicar no crédito imobiliário.
Percentual Obrigatório Salta de 65% para 100%: Atualmente, os bancos direcionam 65% dos recursos da caderneta de poupança. Com o novo modelo, esse percentual será elevado progressivamente até atingir 100%.
Foco no SFH: Desse total, 80% deverão ser destinados a financiamentos contratados dentro do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que possui um custo efetivo total limitado a 12% ao ano (incluindo juros, tarifas e comissões).
As novas regras entrarão em vigor a partir de janeiro de 2027.
R$ 111 Bilhões Para o Financiamento
Segundo estimativas do Banco Central, a alteração tem o potencial de liberar R$ 111 bilhões em recursos já no primeiro ano de vigência, um aumento de R$ 52,4 bilhões em relação ao modelo anterior. Desse montante, R$ 36,9 bilhões estarão imediatamente disponíveis para novos financiamentos habitacionais.
Incentivos e Prazos Estendidos
Para estimular o crédito de longo prazo e apoiar a classe média baixa, o CMN estabeleceu incentivos:
Tipo de Financiamento: Operações com prazo igual ou superior a 30 anos
Benefício para o Banco (Tempo de Cômputo): Cômputo por cinco anos
Objetivo: Incentivar contratos mais longos
Tipo de Financiamento: Imóveis com valor inferior a R$ 1 milhão
Benefício para o Banco (Tempo de Cômputo): Cômputo por até sete anos
Objetivo: Focar na classe média baixa
Tipo de Financiamento: Financiamento para a produção de imóveis residenciais
Benefício para o Banco (Tempo de Cômputo): Cômputo por dois anos
Objetivo: Estimular a construção civil
Teto do SFH Aumenta e Libera Uso do FGTS
Outra medida crucial foi a atualização do valor máximo do imóvel que pode ser financiado pelo SFH. O teto subiu de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Com o novo limite, mais mutuários poderão utilizar os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para abater o valor financiado, pagar prestações ou realizar amortizações.
Menos Dinheiro Parado no Banco Central
A regulamentação do recolhimento compulsório sobre a poupança também foi ajustada. Agora, até 5% dos saldos aplicados em crédito imobiliário poderão ser deduzidos dessa exigência. Na prática, a medida destrava parte dos recursos que antes ficavam imobilizados no Banco Central, permitindo que as instituições financeiras ofereçam mais crédito habitacional dentro das novas regras.
A expectativa é que a combinação dessas mudanças aumente significativamente a oferta de crédito, movimentando o mercado e facilitando a jornada de milhares de brasileiros rumo à casa própria.
Fonte: CNN Brasil