Gigantes que iluminam: quando torres de energia viram esculturas humanas na Islândia

Postado em 6 de novembro de 2025 por

Por Jin Choi & Thomas Shine
Publicado em 01/11/2025

Imagine olhar para uma paisagem intacta, cercada por montanhas e lagos, e se deparar com figuras humanas gigantescas, fixas na encosta, erguendo os fios de energia que alimentam uma nação. Esse é o conceito do ousado projeto Land of Giants, concebido para desafiar a aparência comum — e muitas vezes desagradável — das torres de alta tensão.

Transformando necessidade em arte funcional

Enquanto o mundo enfrenta a inevitável presença de linhas de transmissão cortando cenários naturais, Choi+Shine propõem: e se essa presença fosse também uma obra de arte?

As torres, feitas de aço padrão, foram reposicionadas para lembrar corpos humanos de até 45 metros de altura, com torso, braços e pernas construídos a partir de componentes simples e modulares.

O efeito? Postes que parecem caminhar, arcar sob o peso dos cabos ou até mesmo se ajoelhar — dependendo da topografia — integrando-se à paisagem como gigantes silenciosos que conduzem eletricidade.

Eficiência aliada ao impacto visual

Apesar do impacto estético, o conceito não exige materiais ou custos radicalmente superiores aos modelos convencionais: “utilizamos o mesmo tipo de estrutura de aço, só reorganizamos os componentes para gerar forma e expressão”, afirmam os autores.

A proposta visa reduzir o impacto visual das infraestruturas e, ao mesmo tempo, transformá-las em símbolos arquitetônicos que despertem curiosidade — e orgulho — em vez de rejeição.

Por que isso importa?

Integração paisagística: em um país como a Islândia, onde a natureza é parte central da identidade nacional, projeções como essa ajudam a preservar visualmente o ambiente e valorizar os contornos naturais.

Redefinição da infraestrutura: a ideia desafia a noção de que instalações técnicas devam ser apenas funcionais — aqui elas ganham significado, forma e presença.

Discussão global: embora ainda não tenham sido construídas em escala, as propostas geram debates sobre como podemos tornar as estruturas utilitárias mais “cidadãs” e esteticamente cuidadas.

Fonte: ND Mais