Postado em 4 de dezembro de 2025 por sn-admin

## Caixa projeta R$ 1 trilhão em crédito imobiliário nos próximos 10 anos
A Caixa divulgou que espera liberar até R$ 1 trilhão em crédito imobiliário ao longo da próxima década — um plano ambicioso que reflete a expansão e a reestruturação do mercado habitacional no Brasil.
### Crescimento da carteira e lucro recente
No terceiro trimestre de 2025, a carteira imobiliária da Caixa atingiu R$ 905 bilhões, registrando aumento de 11,4% em relação ao ano anterior. Só nesse período, o volume de contratos fechados somou R$ 67,8 bilhões.
Além disso, a Caixa reportou um lucro recorrente de R$ 3,8 bilhões, com retorno sobre patrimônio (ROE) de 11,9%.
### O que motivou a meta de 1 trilhão
A instituição atribui a ambiciosa meta à combinação de fatores recentes:
* Reformulação das regras de financiamento habitacional, com mudanças no uso dos recursos provenientes da poupança. A parcela compulsória da poupança — que determinava quanto o banco deveria destinar ao crédito imobiliário — foi reduzida: do modelo antigo para 15%, com previsão de zerar esse compulsório ao longo de dez anos. Isso libera mais recursos para a concessão de crédito.
* Crescimento das letras de crédito imobiliário (LCI), que dispararam 37,5% no último período, atingindo R$ 236 bilhões — um indicativo de que as fontes de financiamento para habitação estão se diversificando.
* A expectativa de que, com juros mais baixos e condições mais favoráveis, o mercado secundário de crédito imobiliário se torne mais robusto, ampliando o alcance dos financiamentos.
### Situação de risco e cautela
Apesar do otimismo, nem todos os segmentos operados pela Caixa apresentaram desempenho ideal. O banco registrou um aumento nas provisões para créditos de risco e um avanço da inadimplência em alguns ramos não habitacionais, especialmente no agronegócio e no crédito livre para empresas.
No segmento imobiliário, porém, a inadimplência segue relativamente baixa: no trimestre analisado, ficou em 1,30%.
### Visão de longo prazo
A Caixa aposta que a combinação de políticas de financiamento mais flexíveis, juros mais baixos e maior diversificação das fontes de crédito poderá, nos próximos 10 anos, tornar o mercado imobiliário — especialmente o de habitação — mais acessível e dinâmico. Para o banco, a habitação continua sendo “a grande alavanca”, seja como investimento social, seja como motor de crescimento econômico.
Fonte: Exame

