Postado em 16 de abril de 2021 por sn-admin
Mais do que um software, o BIM (sigla usada para Building Information Modeling) representa todo um conceito sobre como representar, modelar e gerenciar uma construção, levando em consideração diferentes dimensões e parâmetros de qualidade na concepção de um edifício e de seu posterior uso, como, por exemplo, o projeto arquitetônico, orçamento da obra, gerenciamento de processos, desempenho térmico e impacto ambiental dos materiais e de sua aplicação. O pensamento projetual através do BIM precisa ser implantado desde as ideias iniciais e é melhor empregado quando influencia toda a cadeia de tomadas de decisão que configura o projeto, incluindo análises pós-ocupação.
Mas, apesar da comprovada eficiência do sistema, sua implantação e adoção pelos escritórios de arquitetura, assim como por empresas que prestam serviços complementares ao desenvolvimento de projetos na construção civil, tem se mostrado gradual e, muitas vezes, sofre com certa resistência à mudanças nos hábitos de trabalho das equipes. Neste sentido, o Arquicast convidou o arquiteto Luiz Augusto Contier, da Contier Arquitetura, para dividir sua experiência pioneira na implantação do BIM e no uso do Revit no Brasil. Além dele, outro convidado, Ricardo Bianca, arquiteto e especialista Técnico da Autodesk para Arquitetura, Engenharia e Construção, ajuda a vislumbrar oportunidades e desafios de um mercado que tem no dinamismo tecnológico e na inovação duas de suas principais características.
Dentre os assuntos conversados, Contier traz em sua fala o ponto de vista de quem optou por uma mudança radical na sistemática de trabalho, definindo o BIM como processo central do desenvolvimento dos projetos de seu escritório há mais de uma década. Naquela época, não havia no mercado profissionais especialistas em BIM, como parece ser tendência atualmente. Pelo contrário, sua equipe precisou aprender na prática mesmo, o que fez do escritório uma referência no uso do BIM e dos diferenciais que ele permite imprimir em projetos complexos, quando é bem aproveitado.
Outra questão fundamental, a adoção da tecnologia implica um investimento por parte dos escritórios, nas licenças de uso de softwares compatíveis necessários à execução plena do sistema. O que não é novidade para os escritórios em geral, no uso de tecnologias mais tradicionais de desenho arquitetônico. Ainda assim, programas piratas não são incomuns e acabam afetando a forma como as empresas oferecem seus serviços aos escritórios e sua capacidade de inovação e melhoria dos produtos.
Fonte: www.archdaily.com.br