Postado em 18 de agosto de 2021 por sn-admin
O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado hoje (10) pelo IBGE, subiu 1,89% em julho, terceira maior alta do ano, mas 0,53 ponto percentual abaixo da taxa do mês anterior (2,46%). No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 22,60%, resultado acima dos 20,92% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores e o maior da série histórica. O acumulado de janeiro a julho ficou em 13,49%. Em julho de 2020, o índice foi 0,49%.
“Os indicadores acumulados estão apresentando maiores valores e crescendo sucessivamente porque estamos substituindo meses com menores índices de 2020. Além de haver uma diferença grande nas taxas mensais, não houve, até agora, nenhum mês em 2021 cujo índice tenha sido menor do que os verificados em 2020. Desde novembro de 2020, quando ficou em 8,30%, este acumulado vem registrando mensalmente as maiores taxas da série”, destaca gerente do Sinapi, Augusto Oliveira.
O custo nacional da construção por metro quadrado, que em junho havia fechado em R$ 1.421,87, passou em julho para R$ 1.448,78, sendo R$ 853,03 relativos aos materiais e R$ 595,75 à mão de obra.
A parcela dos materiais apresentou variação de 2,88%, alta de 0,52 ponto percentual em relação ao mês anterior (2,36%). Considerando o mês de julho de 2020 (0,48%), houve aumento de 2,40 pontos percentuais.
“Os materiais continuam com altas sucessivas nos preços em todo o país. A alta é generalizada em todos os segmentos e de forma contínua em todos os estados, sobretudo do Sudeste. As altas têm se mantido ao longo do ano com um foco em produtos básicos derivados do aço e condutores elétricos, derivados do cobre, ambos insumos que são commodities minerais. Essas matérias primas estão impactando muito o preço dos produtos que as utilizam”, analisa o gerente do Sinapi.
Ele destaca ainda que há sobretudo um crescimento das pequenas obras e no setor imobiliário, que tem apresentado muitos lançamentos, conforme matérias na imprensa. “Esse aumento na demanda podem ser uma das justificativas para as elevações nos preços dos insumos da construção civil”, completa Oliveira.
Já a parcela da mão de obra com taxa de 0,52%, e menos acordos coletivos firmados, apresentou queda de 2,08 pontos percentuais frente ao índice de junho (2,60%). Em relação a julho de 2020, houve aumento de 0,02 ponto percentual (0,50%).
“No mês anterior, a parcela de mão de obra teve grande impacto no índice, como consequência do número grande de acordos coletivos homologados. Diferentemente, em julho, apenas foram captados acordos coletivos em três estados – Rio Grande do Sul, Ceará e Maranhão, um número bem inferior ao mês passado. Com isto os custos da mão de obra em julho caíram 2,6 pontos percentuais em relação a junho, registrando 0,52%”, analisa Oliveira.
Os acumulados no ano são 20,09% (materiais) e 5,24% (mão de obra), sendo que em 12 meses ficaram em 37,67% (materiais) e 6,04% (mão de obra).
Região Sudeste registra maior alta
A região Sudeste, com alta observada na parcela dos materiais em todos os estados, ficou com a maior variação regional em julho, 2,25%.
As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 1,29% (Norte), 1,56% (Nordeste), 1,90% (Sul), e 1,98% (Centro-Oeste).
Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.400,82 (Norte), R$ 1.364,47 (Nordeste), R$ 1.516,02 (Sudeste), R$ 1.521,78 (Sul) e R$ 1.406,76 (Centro-Oeste).
Entre os estados, o Mato Grosso do Sul apresentou a maior variação mensal, 3,58%, devido à alta tanto na parcela dos materiais como na mão de obra; seguido pelo Ceará (3,28%), sob impacto da alta dos materiais e dissídio coletivo.
Mais sobre o Sinapi
O Sinapi, uma produção conjunta do IBGE e da Caixa Econômica Federal – Caixa, tem por objetivo a produção de séries mensais de custos e dies para o setor habitacional, e de séries mensais de salários medianos de mão de obra e preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação.
As estatísticas do SINAPI são fundamentais na programação de investimentos, sobretudo para o setor público. Os preços e custos auxiliam na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, enquanto os índices possibilitam a atualização dos valores das despesas nos contratos e orçamentos. Acesse os dados no Sidra.