Postado em 26 de outubro de 2021 por sn-admin
Os vasos sanitários “smart”, também conhecidos simplesmente como “smart toilets”, são a nova tendência do mercado de acessórios de alta tecnologia para casa. De pesquisadores, passando por startups a grandes empresas do ramo, diversos projetos recentes entraram em uma corrida para lançar opções acessíveis e definitivas para o consumidor.
Fica a questão: você seria capaz de aderir a um acessório que o monitora até no banheiro?
Na teoria, os “smart toilets” seriam capazes de monitorar os dejetos humanos e analisá-los para oferecer informações úteis a respeito da saúde do usuário, que poderiam alertá-lo para um problema até então desconhecido e impulsionar uma ida ao médico. Alguns projetos já caminham neste sentido.
A pesquisadora Sonia Grego, uma das fundadoras do Laboratório de Smart Toilet da Duke University, nos EUA, trabalha há cerca de uma década no projeto Coprata. A iniciativa, registrada comercialmente em 2021, desenvolve tecnologias de análise de coleta fisiológica não-invasiva, ou seja, métodos para análise de excrementos.
Ao jornal britânico The Guardian, ela afirmou que seu time pretender ter um modelo do sanitário inteligente pronto em nove meses. “O vaso que você tem na sua casa não mudou seu design funcional desde que foi criado na segunda metade do século 19”, justificou Sonia. Ela acredita que há potencial a ser explorado neste segmento da arquitetura e do design de interiores justamente por motivos de saúde.
A professora não está sozinha. Vik Kashyap, fundador da startup Toi Labs, trabalha há quase duas décadas no projeto do TrueLoo, outro sanitário que teria capacidade de coletar dados e avaliar a saúde do usuário.
Ao site Mashable, ele afirmou que “existem muitas provas que precisam ser apresentadas para que a nova modalidade de análise dos vasos sanitários possa ser [cientificamente] crível” e que criar o “sanitário do futuro não é fácil como parece”. Apesar disso, as plataformas da empresa já trazem um protótipo do TrueLoo.
Em janeiro, a Toto anunciou no Japão que está desenvolvendo “um sanitário de bem-estar”, apesar de, no momento, a peça ser apenas um conceito. A Panasonic há anos também trabalha no setor e em 2017 lançou seu primeiro modelo de “smart toilet”, que era capaz de medir a gordura corporal do cliente.
Desde então, outras versões mais modernas e com múltiplas funções, como monitoramento do estado dos rins do usuário, foram criadas. No entanto, de acordo com a própria companhia, estes produtos são caros e foram direcionados exclusivamente a instituições residenciais para idosos e empreiteiras que trabalham em grandes empreendimentos imobiliários. A expectativa é levar ao consumidor individual no futuro próximo.
Enquanto a Panasonic já divulgou a sincronização dos dados de seus sanitários inteligentes com smartphones, pouco se sabe ainda sobre a precisão dos dados de projetos como estes. As implicações, no entanto, parecem um pouco mais claras.
Outros dados de saúde — como quilômetros caminhados por dia, frequência cardíaca e até saturação monitorados pelos relógios inteligentes — já são comercializados por gigantes do ramo de tecnologia para outras empresas interessadas em customizar produtos ao comportamento e necessidade do consumidor.
Se os dados do seu sanitário também funcionarem da mesma forma, há questões de privacidade e de saúde a serem colocadas na balança. Você está preparado para receber o futuro na sua casa?
Fonte: Uol