Postado em 28 de outubro de 2021 por sn-admin
A transformação digital já é realidade em quase todas as áreas da economia, e na construção civil não é diferente. Nesse sentido, uma das principais tendências é o Modelagem de Informação da Construção (BIM). A empresa norte-americana de consultoria e análise de mercado Markets and Markets trouxe recentemente um dado que ilustra esse movimento de alta. Segundo o levantamento, o mercado global de BIM deve ter crescimento de 14,5% até 2025.
Segundo os especialistas da área, o Brasil também deve seguir essa tendência, principalmente em virtude do Decreto 10.306, de 2 de abril de 2020. O documento estabelece a utilização do BIM na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizadas pelos órgãos da administração pública federal. Com isso, todas as empresas que atuam no ramo da construção civil e que desejam participar de licitações devem contar com profissionais capacitados para usar essa metodologia.
A utilização do BIM tem ganhado cada vez mais força, e com a entrada em vigor da lei brasileira sobre a metodologia na construção civil, a expectativa é que se crie uma nova cultura, que valoriza a execução de projetos com mais produtividade, transparência e custos mais baixos.
Deve resultar ainda no surgimento de oportunidades para os profissionais da área. Como uma das principais características da metodologia é a multidisciplinaridade, a maioria dos cursos de exatas, como arquitetura e engenharias, oferece base sólida, mas a atuação específica depende de especialização. Segundo informações do site focado em mercado de trabalho Glassdoor, atualmente a faixa salarial do BIM Manager no Brasil varia de R$ 8.000 a R$ 10 mil.
Além da geração de empregos, o governo tem o objetivo de aumentar a transparência e disseminar o BIM em território nacional. Além de industrializar a obra e reduzir os custos em aproximadamente 20%, o BIM permite a visualização virtual do produto final antes da execução, prevendo possíveis problemas que possam surgir. Com isso, evita-se o retrabalho e o desperdício, que é um problema recorrente na construção civil brasileira.
Criado no início dos anos 2000, o BIM é a representação virtual de uma obra. Seu grande diferencial é a quantidade de informações que traz sobre cada detalhe do projeto. Além de permitir uma pré-visualização do resultado final em termos de estética, nele já constam dados sobre acabamento, ventilação, materiais, instalações elétricas e hidráulicas, entre muitos outros. Por isso, o projeto BIM pode ser usado durante toda a vida útil do edifício, desde seu nascimento até sua demolição, passando pelas manutenções pontuais.
É importante enfatizar que não se trata de um software, mas sim de um modelo de gestão das informações referentes a um determinado projeto, seja de um edifício, um automóvel, uma aeronave ou até mesmo de uma cidade inteira.
Fonte: O Tempo