Postado em 16 de novembro de 2021 por sn-admin
Novo centro tecnológico passa a operar neste mês com foco em tornar realidade as aplicações do nanomaterial em processos industriais
A Gerdau Graphene e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) acabam de obter primeiro lugar na Chamada Pública para Estruturação de Centros de Tecnologia e Inovação Aplicadas em Materiais Avançados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e da Finep — Financiadora de Estudos e Projetos. O projeto prevê a criação de um centro de pesquisa de grafeno que começa a operar já em outubro.
O novo centro tecnológico, localizado dentro do campus do IPT em São Paulo, tem o objetivo de tornar realidade as aplicações de grafeno em processos industriais, aprimorando as pesquisas existentes e transformando em soluções viáveis. Com investimentos e gestão da Gerdau Graphene, do IPT e da Finep, o plano de negócios a curto prazo prevê, a cada seis meses, a entrega de um novo produto em concreto, óleos e graxas ou polímeros pronto para estar no mercado.
“Queremos ser referência em produtos de grafeno em escala no Brasil e no mundo, e a criação do centro de pesquisas em parceria com o IPT é mais um passo na consolidação desse objetivo. A iniciativa incorpora o conceito from lab to life, e gerará tecnologia que beneficiará toda a indústria brasileira, contribuindo para o desenvolvimento nacional. As entregas em curto prazo contribuirão para que o centro se torne autossustentável, criando uma cadeia de valor com o grafeno. O investimento está focado principalmente em pessoas — são 42 pesquisadores envolvidos no projeto — fomentando o conhecimento no Brasil”, afirma Alexandre de Toledo Corrêa, diretor-geral da Gerdau Graphene.
“Quando começamos a pensar em um centro tecnológico focado em materiais avançados, foi um passo natural construir mais essa ponte com a empresa para trabalharmos em conjunto, unindo a expertise da Gerdau em aplicações ao nosso conhecimento em materiais para construções, tribologia e compósitos em um ecossistema de inovação aberta em que ganham todos. O edital da Finep foi a oportunidade ideal para a materialização desse centro, onde traduziremos o grafeno, um material incrível, em alto desempenho para toda a indústria nacional”, afirma Sandra Moraes, diretora técnica do Centro de Materiais Avançados do IPT e coordenadora do Centro de Materiais Avançados em Grafeno e Novas Aplicações Tecnológicas junto à Finep.
A iniciativa faz parte da criação de dois centros nacionais de pesquisa em aplicação de grafeno sendo abertos pela Gerdau Graphene em colaboração com ICTs (Institutos de Ciência e Tecnologia) nacionais.
O primeiro, formado nesta parceria com o IPT, visa o desenvolvimento de produtos como aditivos químicos que aumentem a resistência e durabilidade do concreto, boosters para lubrificantes visando aumento da eficiência energética de veículos e motores industriais e polímeros para uso em embalagens termoplásticas que melhorem o desempenho de barreira a gases e líquidos. A reciclabilidade e funcionalidades do grafeno como antimicrobiana, antiviral e antioxidante também estão na pauta.
A Gerdau Graphene ainda fará investimentos próprios no campus do IPT, abrindo laboratórios proprietários de aplicação, qualidade e desenvolvimento.
“Esta iniciativa enquadra a empresa no IPT Open Experience, ambiente promotor de inovação criado pelo IPT que abriga em seu campus companhias interessadas em desenvolvimento tecnológico de alta densidade de conhecimento científico, a chamada HardScience”, declara o diretor executivo do programa, Alessandro Rizzato.
A parceria pretende fomentar ainda um espaço para a troca de experiências e aceleração de startups nacionais focadas na geração de soluções com o grafeno no Hub de Inovação Aberta do IPT Open Experience.
A companhia tem planos da abertura de um segundo centro, junto a outra ICT, com o objetivo o de desenvolver masterbatches (aditivos sólidos usados na indústria de plástico para conferir melhores propriedade ou coloração) para aplicação nas três principais classes de polímeros: termoplásticos, termorrígidos e elastômeros.
Fonte: Exame