Postado em 7 de dezembro de 2021 por sn-admin
Em Blumenau, no Vale do Itajaí, uma empresa de engenharia vem transformando a madeira catarinense em matéria-prima principal na construção de casas e prédios. Uma alternativa sustentável para um dos setores que mais polui no planeta.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a construção civil é responsável por cerca de 30% por cento das emissões de gases do efeito estufa do mundo.
Para reverter essa situação, uma das alternativas é substituir o concreto pela madeira, um material renovável.
“Nosso produto são tábuas coladas que servem para fazer prédios de até 100 andares, paineis estruturais para construir de forma modular e o desafio é subir andares e fazer um arranha-céu de madeira no futuro”, explica o gerente de projetos Xlam Engineering do Brasil, Rafael Lessa.
Segundo Rafael, o grande diferencial é a sustentabilidade. Ao invés de emitir gás carbônico, uma das principais causas do aquecimento global, a madeira absorve.O uso da solução ainda promete outros benefícios.
“Cada metro cúbico desse painel acumula 1 tonelada de carbono e torna as construções neutras. As grandes vantagens da construção modular como todos os outros, é a eficiência do canteiro de obra, pois reduz drasticamente o consumo de água. Conseguimos utilizar o canteiro, já que é tudo feito na fábrica, então só fazemos a montagem da estrutura. A grande vantagem é que as obras construídas em madeira são mais eficientes tanto na acústica quanto térmica, e ajudam na economia da energia elétrica”, diz.
Professor universitário e sócio de um escritório de arquitetura, Christian acredita que a madeira utilizada desta forma representa o futuro da arquitetura e da construção civil.
“O potencial desse material que é sustentável e gera menos carbono, causa um impacto muito menor no meio ambiente. Podemos acompanhar desde o plantio, a rastreabilidade na produção da matéria prima e também das peças. É o material do futuro, apesar de já estar entre nós. A consciência ambiental é uma das coisas mais importantes. Estamos entrando em uma nova era, onde a tecnologia, design, a inteligência e economia vão ter um impacto grande e a madeira com certeza é um material para substituir esses materiais mais poluentes”, explica o arquiteto e urbanista, Christian Krambeck.
O gerente de projetos da startup catarinense conta que o uso dessa tecnologia na Europa resultou em uma economia de até 20% por cento na construção civil.
Em Santa Catarina, a solução inovou a indústria da madeira. A empresa atende clientes no Rio Grande do Sul e Paraná.
“Nós temos um potencial enorme na quantidade de madeiras reflorestadas e justamente nessa indústria que impacta. Ela não agrega valor algum, e muitas vezes utilizamos para construção descartável, e aqui estamos dando agregação de valor para quem precisa”, afirma Rafael.
Fonte: G1