Postado em 13 de dezembro de 2021 por sn-admin
Pelo quarto mês consecutivo, o Bresco Logística é o fundo imobiliário mais recomendado pelas corretoras consultadas pelo InfoMoney
As últimas sessões têm sido de recuperação para os fundos imobiliários, que acumulam, em média, ganhos de 2,25% em dezembro. No entanto, o desempenho nos últimos meses ainda é negativo. Em 2021, o IFIX – índice dos principais FIIs negociados na Bolsa – acumula queda de quase 9%. Pela primeira vez desde que foi criado, o indicador completou quatro meses consecutivos de queda.
Na avaliação de Richardi Ferreira, analista do BB Investimentos, o último ciclo de baixa tem levado vários fundos, especialmente os do tipo “tijolo”, a operarem abaixo do valor patrimonial. “Ainda que o investimento em FIIs deva ser focado no longo prazo e na distribuição dos rendimentos mensal, o mercado como um todo tem apresentado excelentes oportunidades de ganho a curto e médio prazos”, sugere o analista, que assina carteira recomendada do BB Investimentos.
A abertura de oportunidades não afasta o risco de novas quedas, de acordo com Luís Gustavo Pereira, analista da Guide Investimentos. “Esperamos uma recuperação do Ifix frente a uma desvalorização excessiva das cotas em novembro, porém, mantemos uma postura mais cautelosa frente a um cenário mais desafiador e incerto no âmbito político-econômico e sanitário do país”, alerta.
Para dezembro, os investidores monitoram a última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que definirá o novo patamar da taxa básica de juros da economia, a Selic. No último encontro, o colegiado elevou a taxa em 1,50 ponto percentual, para 7,75% ao ano. A próxima reunião terá início nesta terça-feira (7) e a expectativa do mercado é de novo aumento de 1,50 ponto.
Os índices inflacionários também seguem no radar. Em novembro, o IPCA (Índice Preço ao Consumidor Amplo) subiu 1,25%, a maior alta para o mês desde 2002. O indicador acumula alta de 8,24% no ano e, em 12 meses, de 10,67%. O INCC (Índice Nacional da Construção Civil) variou de 0,80% em outubro para 0,71% em novembro. Em doze meses, o índice registra elevação de 14,69% e, no ano, de 13,68%.
Além da elevação dos juros e da pressão inflacionária, ainda há expectativa em torno da condução fiscal do país e o debate cada vez mais intenso sobre as eleições 2022. “Isto posto, a partir de uma criteriosa seleção, é possível avaliar fundos imobiliários de qualidade a preços bastante atrativos, com potencial de ganho de capital”, aponta a carteira recomendada da Órama Investimentos.
Levantamento realizado pelo InfoMoney com dez corretoras compilou os fundos imobiliários mais recomendados pelas instituições financeiras para investir em dezembro. Ao todo, 53 FIIs foram lembrados e o destaque da lista foi novamente o Bresco Logística (BRCO11), com oito recomendações.
A novidade deste mês foi a entrada do CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11) no lugar do Mauá Capital Recebíveis (MCCI11), que estava entre as principais recomendações de novembro.
A compilação do InfoMoney apresenta os cinco ativos mais recomendados para o mês. Para critério de desempate, são selecionados aqueles com maior volume médio de negociação nos últimos 12 meses, com base em dados da provedora de informações financeiras Economatica.
Bresco Logística (BRCO11)
Pelo quarto mês consecutivo, o Bresco Logística é o fundo imobiliário mais recomendado pelas corretoras. Em dezembro, ele repete as oito recomendações de novembro.
O fundo, do segmento logístico, conta hoje com mais de 51 mil cotistas e tem um patrimônio líquido de R$ 1,6 bilhão. O Bresco possui 11 propriedades que, juntas, somam uma área bruta locável (ABL) de 446 mil metros quadrados. De acordo com o relatório gerencial, o fundo zerou a vacância recentemente.
O portfólio do fundo gera uma receita anual de R$ 138 milhões. Os contratos de locação possuem prazo médio remanescente de 4,3 anos. Além disso, 95% dos inquilinos têm classificação de crédito elevada e, entre eles, estão nomes como o Grupo Pão de Açúcar, Magazine Luiza, Natura, Mercado Livre, B2W, Carrefour, DHL e Whirlpool.
“Acreditamos que o Bresco é um fundo que agrega bastante qualidade e previsibilidade para nossa carteira, seja pela quantidade de contratos atípicos atualmente vigentes (47%) ou pelas características físicas dos empreendimentos”, destacam Larissa Nappo e Marcelo Potenza, analistas responsáveis pela carteira do Itaú BBA.
CSHG Renda Urbana (HGRU11)
Com cinco recomendações, o CSHG Renda Urbana investe em empreendimentos imobiliários que geram renda por meio de locação ou venda futura. Com patrimônio líquido de R$ 2,1 bilhões, o fundo conta hoje com uma ABL de 355 mil metros quadrados. Tem uma base de 148 mil cotistas.
A carteira do fundo conta com inquilinos como Ibmec, Estácio, Universidade São Judas, Big, Sam’s Club e Casas Pernambucanas. A receita anual com locação é de R$ 104 milhões.
“Atualmente o portfólio apresenta 0% de vacância. Nesse semestre grande parte dos contratos da carteira serão reajustados pela inflação, o que resulta em um aumento nos resultados”, aposta a Órama.
O próximo rendimento do CSHG está previsto para o dia 16 de dezembro – o fundo pagará R$ 0,72 por cota, equivalente a um retorno mensal de 0,64%. No ano, o papel tem desvalorização de 12%.
TRX Real Estate (TRXF11)
Também com cinco recomendações, o TRX Real Estate se mantém mais um mês na lista dos FIIs mais recomendados. O fundo atua na aquisição, desenvolvimento e venda de imóveis locados preferencialmente para grandes empresas e com contratos de longo prazo. Tem atualmente 38 mil cotistas e conta com 46 imóveis, que somam uma ABL de 395 mil metros quadrados.
Com o encerramento da quinta emissão de cotas, o fundo passará a ter um patrimônio líquido de aproximadamente R$ 737 milhões.
A localização dos imóveis está distribuída por 12 estados e o preço médio de locação gira em torno de R$ 17,01 por metro quadrado no caso dos galpões logísticos e de R$ 26,87 por metro quadrado nos imóveis de varejo. Entre os inquilinos, estão o Assaí, Extra e Big Bompreço.
O Santander estima que o fundo proporcionará um retorno com dividendos de 9% nos próximos 12 meses. O banco também destaca o portfólio do TRX. “É formado por ativos localizados em diferentes Estados, com mais de 93% dos imóveis locados aos setores de Varejo e Atacadista, que sofreram menos durante a pandemia”, destaca a carteira de FIIs da instituição financeira.
Em 2021, diferentemente da maior parte dos fundos imobiliários, o TRX Real Estate opera no campo positivo, com alta de 2,36%.
Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11)
Com 78 mil cotistas, o Kinea Rendimentos Imobiliários é um fundo que investe em ativos de renda fixa ligados ao setor imobiliário, especialmente os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), que representam 95% do patrimônio líquido atual do fundo, hoje em R$ 3,9 bilhões.
De acordo com o último relatório gerencial, 97% dos ativos estão indexados à taxa do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Os títulos estão ligados principalmente aos segmentos de lajes corporativas (45%) e shoppings (27%).
“Como 97% do portfólio é indexado em CDI, acreditamos que o fundo irá se beneficiar com a perspectiva de aumento da taxa Selic no curto prazo”, projeta Maria Fernanda Violatti, que assina a carteira da Rico. “Portanto, visualizamos um ponto de entrada atrativo no momento, devido ao seu preço descontado e à qualidade do portfólio”, detalha.
No ano, o fundo valoriza 19,87% e tem um retorno com dividendos de 5,82%. No dia 12 de novembro, o Kinea depositará dividendos de R$ 0,56 por cota. Em dezembro, o Kinea Rendimentos obteve cinco recomendações.
CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11)
A novidade deste mês é o CSHG Recebíveis Imobiliários, recebendo quatro recomendações na lista dos mais lembrados para dezembro. Com 60 mil cotistas, o fundo conta hoje com um patrimônio líquido de R$ 1,2 bilhão.
No final de outubro, quase 96% do patrimônio líquido da carteira estava alocado em CRIs, sendo 45,1% do portfólio indexado ao CDI e 54,9% indexada a índices de inflação, majoritariamente IPCA.
Na avaliação de Luís Gustavo Pereira, analista da Guide Investimentos, a qualidade dos CRIs do CSHG Recebíveis se destaca no segmento de recebíveis High Grade. Segundo ele, a gestão do fundo também demonstra muita qualidade e um longo histórico de resiliência. “Acreditamos também que o fundo deve se beneficiar com a alta de indexadores de inflação, tendo grande exposição a IPCA e IGP-M, em menor relevância”, avalia.
Fonte: InfoMoney