Postado em 26 de janeiro de 2022 por sn-admin
Alguns dos projetos mais pitorescos são aqueles construídos nas montanhas; a cabine rústica envolvida por um painel de vidro do piso ao teto com vista para as árvores cobertas de neve. Visualmente, a arquitetura transpira uma sensação encantadora, mas será que estes espaços são realmente habitáveis? Quando as casas são construídas em uma elevação de 3.000 metros, instalar uma lareira isolada não é eficiente ou sustentável. Ambientes em tais altitudes, ou locais geográficos particulares exigem um tratamento minucioso, a começar pela própria arquitetura. Seja por sistemas de aquecimento hidrônicos no piso ou chaminés inseridas em paredes, este artigo explora como mesmo as condições mais extremas de frio não impediram a garantia de um conforto térmico ideal.
Os arquitetos frequentemente projetam ambientes residenciais e comerciais em climas frios, gerando inúmeras soluções para fornecer um aquecimento adequado e contínuo em todo o espaço interno. E com isso, vários fatores vêm à mente: consciência ambiental, funcionalidade, durabilidade, adaptabilidade, customização e eficiência de custos. O espaço acomodará as necessidades de mudança dos clientes? A solução de aquecimento custará mais do que o próprio edifício? A solução funcionará igualmente bem se o clima ficar mais frio/quente?
Geralmente, existem duas funções principais a considerar: fornecer calor e/ou isolá-lo (embora andem muitas vezes de mãos dadas, alguns clientes optam por apenas uma das duas, dependendo de sua localização e necessidades). Quando se trata de fornecer calor, fontes naturais como chaminés ou fontes elétricas como radiadores são frequentemente implementadas. O calor isolante, por outro lado, requer trabalho na própria estrutura, desde a seleção do material e espessura das paredes, até a circulação interna e a disposição da sala.
Continue lendo para descobrir oito maneiras diferentes pelas quais os arquitetos gerarem e/ou conservaram o calor em seus projetos.
Paredes Estruturais
Hoje, os arquitetos se tornaram progressivamente conscientes da relação entre arquitetura, homens e natureza, o que resultou na utilização de sistemas passivos em seus processos de projeto. Embora sistemas passivos eficientes dependam fortemente da localização do projeto, há também vários fatores, como o material de construção do edifício, a proporção opaco-envidraçado, o percentual de reflexão de calor e o nível de isolamento, que também contribuem. Quando a arquitetura é autossuficiente, o envelope do edifício deixa de servir de filtro entre o clima exterior e o ambiente interno, mas sim como uma barreira independente que protege a temperatura interior e garante o conforto térmico.
Pisos Aquecidos
O aquecimento por piso radiante, como explicado neste artigo, tem sido utilizado na arquitetura desde 350 AC na forma de um “Hipocausto”, um sistema de piso elevado sobre estacas de cerâmica onde, em uma extremidade, um forno fornece calor para o espaço subterrâneo através de paredes construídas com tijolos perfurados. Atualmente, o aquecimento do piso, no entanto, funciona por condução de ar, radiação e convecção, utilizando resistências elétricas ou mangueiras finas cheias de fluido. Entre os vários benefícios do piso aquecido está o fato de que o ambiente é inteiramente aquecido, e a fonte de calor é totalmente oculta sob a superfície do piso.
Sistema Central
Uma das fontes de calor mais comuns em projetos contemporâneos de grande escala é o sistema central HVAC, que libera calor através de aberturas de ar localizadas em tetos e paredes. Embora comuns, estes sistemas mecânicos tendem a consumir muita energia, não sendo ideais para uma solução ecologicamente correta.
Radiadores
Outro sistema comumente utilizado é o radiador. Uma grande quantidade de projetos residenciais em todo o mundo costumava depender de radiadores centrais para fornecer calor, e ainda o faz até hoje. Similar ao sistema central HVAC, os radiadores funcionam transportando o líquido de uma caldeira central através de tubos, e convertendo-os em calor, para serem liberados por grelhas metálicas ou painéis localizados nas partes inferiores das paredes. Este tipo de sistema de aquecimento pode ser alimentado por eletricidade, gás natural ou combustível, dependendo do projeto.
Chaminé de Parede
Outra fonte de calor comum é a chaminé inserida na parede, uma estrutura de ventilação vertical feita de pedra, argila ou concreto, que combate ou extrai a fumaça produzida pela lareira abaixo, e a libera para o ar externo.
Chaminé Independente
Quando o interior é amplo, uma chaminé independente é instalada para fornecer calor a toda a sua volta. Dependendo do projeto e da inserção da chaminé, algumas delas são projetadas para liberar calor de todos os lados, enquanto outras são limitadas a apenas um.
Fonte: Archdaily