Postado em 24 de fevereiro de 2022 por sn-admin
Você já deve ter ouvido algum colega arquiteto afirmar que escolheu cursar arquitetura pelas inúmeras possibilidades de atuação que este diploma permite. O campo da arquitetura é, de fato, muito extenso, por meio do qual é possível enveredar não apenas pelas atribuições mais “tradicionais”, mas também se aventurar em diversas especificidades que compreendem o papel do arquiteto e urbanista.
Durante muitas décadas, nós arquitetos fazíamos parte do CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) mas, em 2010, foi sancionada uma lei que regulamentou o exercício da Arquitetura e Urbanismo criando o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR e suas divisões estaduais. Na antiga lei 5.194, de 1966, o arquiteto já tinha como atribuições inúmeras atividades, entretanto, é a partir da criação do CAU que passamos a contar com uma lista mais atualizada dos campos de atuação e com uma melhor proteção dos nossos direitos dentro da profissão.
Conheça a seguir 9 campos de atuação atribuídos pelo CAU, além do projeto arquitetônico e de interiores, de acordo a Lei Nº 12.378.
1. Meio ambiente: estudo e avaliação dos impactos ambientais
Em meio a uma crise ambiental sem precedentes, muitas disciplinas têm se debruçado sobre as mais recentes diretrizes de sustentabilidade. A arquitetura, obviamente, não está fora disso, e este campo de atuação para os arquitetos está mais em voga do que nunca. Por meio dele somos credenciados a avaliar impactos ambientais, elaborar licenciamentos, assim como, desenvolver diretrizes para utilização racional dos recursos disponíveis rumo ao desenvolvimento sustentável.
2. Materiais: tecnologia, resistência e patologias
Assim como a atribuição citada acima, a tecnologia dos materiais vem evoluindo em padrões exorbitantes, impulsionada também pela urgência climática a qual estamos vivendo. Entretanto, além do estudo dos materiais vernáculos e do desenvolvimento de novos, essa atribuição também abrange a possibilidade de atestar laudos de patologia e recuperação de construções existentes tal como elaborar testes de segurança em determinados materiais.
3. Paisagismo: concepção e execução de espaços externos
Este talvez seja um dos campos de atuação mais conhecidos pelos arquitetos, tendo em vista grandes expoentes da arquitetura paisagística como Roberto Burle Marx (apesar de ter a titulação de artista plástico) ou profissionais mais contemporâneos como Alex Hanazaki. O paisagismo incorporado dentro da arquitetura passa por diferentes escalas, desde jardins privados até grandes espaços públicos, como praças e parques, atingindo inclusive a dimensão territorial. Um caminho repleto de oportunidades tendo em vista a recente retomada da importância do contato com a natureza estimulado principalmente pela pandemia.
4. Planejamento urbano e regional: do traçado das cidades aos sistemas de infraestrutura
Na mesma linha do paisagismo, o planejamento urbano trata dos planos de intervenção no espaço público, porém, desta vez, fundamentados nos sistemas de infraestrutura, saneamento básico e ambiental, sistema viário, sinalização, mobilidade, acessibilidade, entre outros. Além disso, atribui-se a este item os serviços de parcelamento do solo, loteamento, desmembramento, arruamento, assim como elaboração de plano diretor e traçado das cidades.
5. Topografia: elaboração e análise de dados
Essa é uma atividade, na grande maioria das vezes, assumida por outros profissionais que não arquitetos, entretanto, vale ressaltar que somos capacitados a elaborar e interpretar levantamentos topográficos cadastrais, incluindo análise de dados e sensoriamento remoto. Apesar de entendida como secundária, a análise topográfica é essencial para qualquer projeto, independentemente da escala, e quando bem estudada e compreendida, pode ser tornar uma grande aliada nas soluções inteligentes de desenho.
6. Conforto ambiental: projetos acústicos, luminotécnicos e de ergonomia
O conforto ambiental diz respeito à busca pelo máximo de satisfação possível dos usuários no espaço compreendendo o estudo das condições climáticas, acústica, luminosidade, consumo energético e redução de emissão de poluentes. Neste sentido, esta atribuição aborda diferentes aspectos que influenciam no bem-estar do usuário se relacionando também com assuntos contemporâneos como as certificações ambientais e a biofilia dos espaços.
7. Sistemas construtivos: desenvolvimento e aplicação tecnológica das estruturas
Esse campo de atuação diz respeito ao desenvolvimento de estruturas incluindo projeto e execução. Apesar da validade dessa atribuição variar em escala de acordo com o CAU de cada estado, os arquitetos podem se responsabilizar pelo projeto estrutural de uma edificação, principalmente, quando se tem uma especialização focada nessa área.
8. Instalações e equipamentos: projetos complementares
O mesmo vale para este item. Diferentemente do que se ouve, não há informação legal sobre a limitação de metragem quadrada para elaboração dos projetos ditos complementares – como hidrossanitário e elétrico – para arquitetos, apenas para técnicos em edificações. Entretanto, vale consultar o CAU de cada região para confirmar esse posicionamento, pois a escala pode variar de acordo com cada conselho. Entretanto, independentemente da escala permitida, poder oferecer projetos complementares também faz parte das atribuições do arquiteto.
9. Patrimônio: práticas de projetos e soluções tecnológicas
O campo de atuação relacionado ao patrimônio também é dos mais conhecidos entre os arquitetos, visto que, explora diferentes caminhos como o patrimônio histórico, cultural, artístico, arquitetônico, urbanístico e paisagístico. Assim como trabalha com restauro, práticas de projeto e soluções tecnológicas para reutilização, reabilitação, reconstrução, preservação, conservação, restauro e valorização de edificações, conjuntos e cidades.
Fonte: Archdaily