Postado em 22 de fevereiro de 2023 por sn-admin
A madeira engenheirada, aplicada nas construções em diversos países há mais de duas décadas, tem sido debatido com mais frequência no Brasil nos últimos anos. A discussão envolve questões de sustentabilidade, relacionadas diretamente à redução de emissão de carbono, além do retorno econômico das obras.
De acordo com o engenheiro de produção e empresário, Nico Theodorakis, por ser um processo mais sustentável, pode despertar no mercado a necessidade de um produto imobiliário mais condizente com o consumidor do presente e do futuro. Para ele, já é possível observar algumas características desse tipo de consumo mais voltado à sustentabilidade.
Em termos de investimento imobiliário, Theodorakis considera que o retorno é alto, porque é possível encurtar o ciclo econômico, além de ser um produto com as mesmas características de resistência estrutural de um concreto ou aço. Outro aspecto positivo da madeira engenheirada, segundo ele, é sua eficiência estrutural, que permite a verticalização das construções.
“Eu acredito muito no potencial que a madeira traz porque ela carrega outros benefícios que não estamos acostumados a visualizar na construção convencional, que é essa perspectiva de tempo diferente, um retorno diferente e que, indiretamente, trazem outros benefícios como a diminuição do risco de incorporação”, disse.
Quando o tempo encurta, a exposição ao risco diminui, segundo o engenheiro. Seja por questões macroeconômicas, oscilações de mercado e as volatilidades do mercado brasileiro.“Eu não diria para substituir por completo os outros materiais. Nem que deveríamos ter essa pretensão”, destacou.
“É um material que tem vários benefícios que, hoje, o mercado não enxerga, além de levantar essa questão da urgência climática que nós estamos vivendo hoje. É uma forma do setor endereçar esse problema”, apontou.
O fator cultural tem sido um dos maiores desafios para o avanço e a normatização desse processo, explicou Theodorakis. “É introduzir um produto muito inovador, com potencial muito grande, mas em um setor ainda muito tradicional”, afirmou.
Fonte: CBIC