Postado em 17 de março de 2023 por sn-admin
O uso de materiais translúcidos na arquitetura brasileira tem sido uma tendência crescente nos últimos anos. Vidro laminado translúcido, policarbonato e acrílico são apenas alguns deles. Se possuem diferentes vantagens e desvantagens em relação ao custo, resistência a impactos, isolamento térmico e acústico, o que traça o benefício comum entre eles é o constante diálogo que propiciam entre interior e exterior.
Abaixo, selecionamos sete projetos brasileiros que foram realizados nos últimos anos e adotam a translucidez como partido material. São projetos que permitem que a luz natural penetre nos espaços internos do edifício, criando um ambiente mais agradável que reduz a necessidade de iluminação artificial e, consequentemente, o consumo de energia elétrica. As composições geradas com a sombra do entorno e a forma como estes elementos podem transformar toda a arquitetura pela noite também conformam alguns dos motivos que levaram à escolha do material.
No entanto, vale ressaltar que ao escolher esses materiais é importante ter em nota que eles podem ser danosos ao meio ambiente. O processo de produção do policarbonato, por exemplo, é bastante intensivo em termos de energia e recursos. Ao adotá-lo é fundamental pensar um plano de circularidade para entender como o material pode ser reaproveitado ou reciclado antes de descartá-lo no caso de demolições ou trocas futuras. Uma estratégia necessária na contemporaneidade que tem como finalidade reduzir a quantidade de resíduos e uso de recursos naturais.
micasa vol.C / studio mk27
“Contrapondo-se à retidão da estrutura metálica do Vol.A, ao brutalismo do concreto aparente do Vol.B, o Vol.C flutua do chão delicadamente, como uma lanterna japonesa. O envelope é feito por folhas dobradas de dois materiais diferentes: policarbonato translúcido na metade superior e chapa metálica branca na inferior. Durante o dia, as sombras das árvores do entorno são projetadas na fachada, trazendo o movimento poético da luz e da natureza para o espaço interno.”
Refettorio Gastromotiva / Metro Arquitetos Associados
“Os painéis de policarbonato translúcido e a estrutura metálica da lateral voltada para a praça, se contrapõe com o antigo muro de pedras e tijolos encontrados durante a obra e mantidos como elemento estrutural. Toda a infraestrutura do restaurante foi projetada para ficar visível ao público; são dutos, tubulações, válvulas, calhas, reservatórios, máquinas de ar, exaustores e diversos elementos técnicos que organizados, definem não só a estética do restaurante como também permitem que público tenham uma compreensão bastante funcional das engenharias aplicadas numa edificação com esse tipo de uso.”
Reforma e ampliação de Casa de Farinha de babaçu / Estudio Flume
“A estrutura da ampliação lateral é de madeira, sendo a cobertura em polipropileno translúcido, que permite a passagem de 70% da luz natural, enquanto bloqueia a radiação solar.”
Casa Praia Vermelha / Nitsche Arquitetos
“Uma cobertura metálica termo-acústica e laterais de telha translucida de policarbonato alveolar cobrem e envolvem a casa como uma casca estanque. Grandes beirais avançam para além dos quartos e da área de convívio, protegendo a estrutura da água, e permitindo que as janelas permaneçam abertas nos dias quentes e chuvosos, frequentes nessa região do país.”
Metrô de Fortaleza – Ramal Parangaba-Mucuripe / Fernandes Arquitetos Associados
“A Estação Parangaba, ligação com a Linha Sul, é uma estação elevada, de características arquitetônicas diferentes da estação atual – em concreto e com as plataformas de embarque nas laterais – é moderna, com materiais que possibilitam transparência e sensação de leveza. A cobertura e o seu envoltório são formados por pórticos metálicos, que servem de suporte e sustentam um sistema de brise-soleils, também metálicos, que filtram a entrada de luz na plataforma, e uma telha industrial com isolamento térmico.”
Café e Floricultura Ginkgo / BARRA Arquitetos
“(…) Outra solução adotada foi a utilização de telhas translúcidas como painéis de vedação do anexo criado, transformando o edifício em uma “luminária” para o passeio público durante a noite.”
Nuu Motel / Rodapé Arquitetura
“Em relação à escolha de materiais, decidimos aqueles sempre acessíveis e práticos para a limpeza, além de baratos – policarbonato, porcelanatos, pastilhas, MDFs, telhas metálicas. Não existe tinta no quarto além daquela do forro, o resto se passa pano com rapidez ou se joga baldes. Plástico, brilhante, latex – a cara do sexo protegido esta presente também na estética do quarto – que precisa se provar sempre limpo e seguro.”
Fonte: ArchDaily