Postado em 20 de março de 2024 por sn-admin
Grande parte dos profissionais de engenharia considera haver pouco reconhecimento e visibilidade de seu trabalho. Pesquisa realizada com 312 engenheiros e engenheiras em 46 municípios do país, identificou a percepção dos profissionais quanto à carreira e apontou sugestões para a mudança desse cenário. A pesquisa foi realizada pelo instituto Paraná a pedido da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), e servirá como guia para ações de valorização da engenharia.
De acordo com a pesquisa, 81,4% dos profissionais de engenharia consultados consideram que eles têm pouca ou moderada visibilidade e reconhecimento; 11,2% acreditam que não são visíveis e nem reconhecidos; e apenas 7,4% acreditam que os profissionais têm muita visibilidade e reconhecimento.
Para enfrentar esse quadro, a pesquisa recomenda a realização de campanhas de conscientização e divulgação sobre a importância e diversidade das áreas de atuação dos engenheiros para o público em geral, realização de eventos e feiras para mostrar projetos e inovações desenvolvidos por engenheiros, destacando seu impacto na sociedade, incentivar a participação ativa dos engenheiros em associações profissionais, grupos de networking e fóruns de discussão para compartilhar conhecimentos e experiências, entre outras sugestões.
Quando a pesquisa amplia o universo e considera a população brasileira, em uma amostra de 1.316 pessoas consultadas em 86 municípios brasileiros, a percepção é mais favorável: 68,1% acreditam que os profissionais da engenharia têm pouca ou uma moderada visibilidade e reconhecimento; 16,8% acreditam que eles têm muita visibilidade e reconhecimento; e 11,6% consideram que os profissionais não são visíveis nem reconhecidos.
O levantamento aponta que 81% dos que responderam à pesquisa afirmaram perceber algum impacto da engenharia em seu cotidiano; 12,8% da população indicaram que nunca perceberam algum impacto da engenharia em seu cotidiano. As áreas de maior percepção são infraestrutura (60,7%), engenharia civil (14,4%), seguida pela área de tecnologia e meio ambiente (11,4%).
Nesse cenário, a pesquisa sugere ações para aumentar a visibilidade e reconhecimento dos profissionais, como investir em estratégias de marketing e publicidade que destaquem os feitos e contribuições dos engenheiros para a sociedade, promover programas educacionais e de conscientização sobre a importância da engenharia na inovação e avanços tecnológicos, destacar projetos bem-sucedidos e impactantes liderados por engenheiros, estabelecer parcerias com outras áreas, como tecnologia da informação, medicina e ciências/pesquisa, investir em comunicação efetiva e acessível para explicar de forma clara e simples o papel dos engenheiros na sociedade e como suas contribuições impactam diretamente o desenvolvimento tecnológico e social, entre outras recomendações.
A pesquisa ouviu também sobre a formação acadêmica e a atuação profissional e constatou que, embora 89,6% dos engenheiros que exercem alguma atividade remunerada estão trabalhando na área, cerca de 6,4% estão pensando em mudar de carreira. Entre os motivos apontados estão remuneração e salários baixos, pouco reconhecimento profissional, pouca demanda por trabalho. Segundo a pesquisa, 1,3% não trabalha com engenharia nem em atividades relacionadas a ela, apontando como motivos a preferência por trabalhar em outra área ou outro ramo, a escolha de outros cursos, e a falta de oportunidade de emprego.
Após a conclusão do curso de engenharia, os profissionais identificaram como desafios ao entrar no mercado de trabalho: salários mais baixos do que o esperado (37,2%), requisitos relacionados à experiência para as vagas de trabalho (34,9%), falta de apoio profissional (26,9%), encontrar oportunidades de trabalho relevantes (26,3%), requisitos técnicos para as vagas de trabalho (14,7%) e desigualdade de gênero (1,9%).
Para melhorar a transição para o mercado de trabalho, a pesquisa recomenda a realização de programas de mentoria para oferecer apoio profissional e orientação; acesso a oportunidades de estágio e programas de trainee para adquirir experiência prática, participação em workshops e cursos de capacitação para desenvolver habilidades técnicas e interpessoais, expandir contatos profissionais e identificar oportunidades de emprego, advocacia por igualdade de gênero e inclusão no ambiente de trabalho para combater a desigualdade de gênero.
A pesquisa também ouviu estudantes do ensino médio sobre o interesse na profissão com recomendações sobre como aprender mais sobre engenharia ou ter uma imagem positiva da profissão.
Fonte: CBIC