Postado em 24 de junho de 2022 por sn-admin
Construtora Mitre Realty divulgou nesta quarta (8) ter sido a compradora do nome. Uso da marca foi vendido por R$ 10 milhões em leilão virtual que teve lance inicial de R$ 1,4 milhão.
A construtora Mitre Realty foi a compradora dos direitos de uso da marca de luxo Daslu, vendidos por R$ 10 milhões em leilão na cidade de São Paulo na terça-feira (7). O nome da grife deve ser utilizado para empreendimentos imobiliários de alto padrão na capital paulista.
Em comunicado divulgado nesta quarta (8), a empresa destacou que o objetivo da compra “é fortalecer o seu posicionamento no mercado de altíssimo padrão”.
O leilão virtual para a venda da marca Daslu, realizado pela casa Sodré Santoro, teve lance inicial de R$ 1,4 milhão. O lance vencedor, de R$ 10 milhões, deve ser acrescido de mais R$ 500 mil para cobrir as taxas cobradas pela empresa leiloeira, de 5%.
O leilão da marca Daslu faz parte de uma ferramenta usada por advogados indicados pela Justiça de SP para administrar a falência da empresa. Os valores arrecadados serão usados para pagar parte das dívidas do processo de falência da butique de luxo, conforme decisão judicial da 1ª Vara e Ofício de Falência e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo.
Apesar da aquisição, o comprador da marca ainda não poderá usar o nome Daslu em seus lançamentos. Isso porque a empresa que administra a marca atualmente entrou com um processo questionando o valor inicial indicado por um perito antes do leilão. Se a Justiça entender que o valor inicial foi incorreto, o leilão desta terça pode ser cancelado.
No comunicado, a construtora que adquiriu a marca reforçou que, “uma vez concretizada a aquisição, que aguarda decisão do TJ-SP, a Mitre passará a ter direito as 51 marcas da Daslu”.
Conhecida pela venda de produtos importados de marcas como Chanel e Prada, a Daslu começou como uma loja multimarcas na Vila Nova Conceição, Zona Sul de São Paulo, e se tornou um dos principais símbolos do mercado de luxo na capital paulista.
A empresa, entretanto, foi investigada pela Polícia Federal por sonegação de impostos na importação de produtos de luxo em 2005. Apesar disso, o empresário Antônio Carlos Piva de Albuquerque, condenado por crimes tributários à frente da Daslu, só foi preso na última segunda-feira (30). Antônio Carlos era diretor do setor de finanças da butique de luxo quando os crimes ocorreram, segundo informações do Ministério Público (MP) (leia mais abaixo).
Prisão de empresário
O empresário Antônio Carlos Piva de Albuquerque, de 68 anos, foi preso pela Polícia Militar na última segunda-feira (30) em São Paulo.
Ele é irmão da empresária Eliana Tranchesi, ex-dona da Daslu, morta em 2012, e foi condenado a sete anos e oito meses de prisão, em regime fechado, por crimes contra a ordem tributária.
Antonio Carlos era procurado e foi condenado pela 3ª Vara Criminal central de São Paulo em 17 de julho de 2013. A acusação era de sonegação de impostos.
Ele também possui outra condenação, a 6 anos e 8 meses, em regime semiaberto.
Em nota, a PM informou que a captura ocorreu na Rua Engenheiro Oscar Americano. no Morumbi, zona oeste da cidade de São Paulo e que o empresário era “foragido da Justiça”. “A prisão ocorreu em cumprimento a mandados de prisões expedidos pela 4ª e 30ª Varas Criminais do Foro Central da Barra Funda. O autor permaneceu à disposição da Justiça”, informou a PM.
Investigação
No processo em que o empresário foi condenado, outros cinco réus envolvidos no caso, decorrente da Operação Narciso, realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público federal, foram absolvidos após a investigação. A ação contra a empresária Eliana Tranchesi foi extinta após a morte dela. Na época, o empresário poderia aguardar o recurso em liberdade.
O esquema de sonegação ficou comprovado após a análise de documentação sobre vendas e arquivos apreendidos pela Receita Federal e PF durante a operação. Em 2004, a empresa não emitiu notas fiscais para venda de mercadorias comercializadas pela loja.
Como não havia o registro das operações de venda e compra, o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não era recolhido. De acordo com as investigações, R$ 21,7 milhões deixaram de ser pagos de ICMS ao estado.
Fonte: G1