Postado em 13 de setembro de 2023 por sn-admin
Você sabe como é feita a avaliação de grandes estruturas mecânicas? Para realizar o teste de estruturas em escala real, diversos setores da indústria utilizam a laje de reação. A diferença da laje de reação para uma laje tradicional é que ela consegue suportar cargas que pesam toneladas em ensaios mecânicos de alta capacidade.
Desde o final de 2022, a sede do Instituto SENAI de Inovação em Engenharia de Estruturas (ISI-EE), de Maringá, no noroeste do Paraná, conta com uma laje de reação projetada para suportar cargas de até 250 toneladas. Essa é a maior laje deste porte disponível no estado e uma das maiores do Brasil.
Além da infraestrutura e dos equipamentos disponíveis, o local mantém também profissionais capacitados para desenvolver projetos com excelência para a indústria nacional. A laje traz benefícios para diferentes setores que necessitam de soluções em durabilidade de estruturas de grande porte.
“Ter uma estrutura como essa disponível no Brasil é um grande avanço e um diferencial competitivo para nossas indústrias”, explica Edric Putini, coordenador do instituto.
Mas, na prática, como é usada uma laje de reação?
No setor automotivo, por exemplo, a laje de reação pode ser usada para testar toda a parte da suspensão (molas e afins) e até veículos inteiros, como caminhões. Na construção civil, a laje é usada para testar peças e pré-moldados, lajes, vigas pilares e, no campo de infraestrutura, até partes de pontes.
A indústria madeireira também pode contar com este equipamento para desenvolvimento de grandes peças, painéis, estruturas, vigas, pilares, madeira engenheirada e lajes em woodframe – sistema construtivo de madeira com placas estruturais resistentes a grandes cargas. Na siderurgia, este tipo de ensaio serve para avaliar ligas metálicas de aço.
No setor de energia, o equipamento é usado para testar pás eólicas. E no setor de óleo e gás para verificar a resistência de peças e de elementos usados na perfuração. Já no segmento de máquinas e equipamentos, ela testa implementos agrícolas, como tratores, escavadeiras e colheitadeiras. E na atividade ferroviária, ela pode ser usada no ensaio de dormentes, trilhos e partes de estruturas em aço e madeira.
“A utilização da laje, por meio da prestação de serviços, também pode ser realizada pelas empresas interessadas e suas necessidades são criteriosamente analisadas”, completa o pesquisador do instituto de Maringá, Ricardo Ritter de Souza Barnasky.
E como funciona a laje de reação do SENAI-PR?
A laje de reação do SENAI-PR conta com mais de 24 toneladas de aço, que fazem a sustentação de um sistema completo de ensaios mecânicos. Nessa laje de reação, estão três pistões hidráulicos, denominados como atuadores, que realizam os testes.
Uma vantagem desse equipamento do ISI de Maringá é que ele possui atuadores estáticos e dinâmicos, diferente da maioria dos equipamentos disponíveis no Brasil.
“O principal diferencial é que podemos fazer ensaios de peças e elementos estruturais simulando seu uso e avaliando o ciclo de vida. A resistência à fadiga das peças serve para testar a durabilidade, o ciclo de vida de um produto e como vai se comportar ao longo do tempo”, explica Pietro Rafael Ferreira, especialista em Inovação do ISI.
O potencial do ISI em Engenharia de Estruturas
O ISI-EE é credenciado como uma unidade EMBRAPII – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), na área de durabilidade de estruturas e materiais estruturais avançados. Essa parceria abre portas para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e inovação com a utilização dos equipamentos disponíveis.
Hoje, a laje de reação do Instituto SENAI de Inovação em Engenharia de Estruturas está preparada para operação em diferentes configurações, com capacidade para ensaios de até 50, 100 e 150 toneladas, de acordo com a capacidade de cada atuador hidráulico.
Os equipamentos instalados são versáteis e permitem a montagem dos ensaios de maneira personalizada, atendendo à necessidade de cada empresa.
“Este é o coração do Instituto. A instalação e início das operações dos equipamentos da laje de reação colocam o ISI de Maringá na vanguarda do conhecimento, pesquisa e inovação”, completa Pietro Rafael Ferreira, pesquisador do Instituto.
Fonte: Portal da Industria