Postado em 16 de novembro de 2023 por sn-admin
A história das ‘cores neutras’ é uma jornada fascinante pela evolução da estética humana e das sensibilidades de design. Estreitamente relacionada à composição de materiais encontrados organicamente na natureza, a harmonia de cores entre brancos, cinzas e tons terrosos desempenhou um papel fundamental na expressão artística, na moda, design de interiores e arquitetura por milênios. Desde os tons discretos das estruturas arquitetônicas de argila, palha, madeira ou tijolo até o estilo de interiores contemporâneo, agora predominante, as cores neutras transcendem fronteiras culturais e continuam ocupando um lugar especial em nossa paisagem visual — oferecendo uma elegância sofisticada e versatilidade que resistiram ao tempo.
Para a disciplina do design de interiores, as cores neutras têm sido consistentes desde o advento dos mobiliários na antiga Mesopotâmia e Egito. Escavações sugerem que o equivalente mais antigo do que se entende por mobiliário consistia em plataformas de tijolos arenosos que serviam como cadeiras, mesas e camas, sem dúvida forradas com têxteis feitos de fibras orgânicas ou peles de animais. Apesar dos consideráveis avanços tecnológicos nos seis mil anos posteriores – incluindo a introdução de novos materiais como metal ou vidro – nossa dependência das cores que evocam as origens mais orgânicas em espaços internos ainda persiste.
Abaixo, apresentamos 30 projetos residenciais de nosso banco de dados do ArchDaily que usam uma paleta de cores discreta para criar espaços serenos e perenes.
Diferentes estilos de design de interiores incorporam cores neutras, do Modernismo ao Farmhouse e Art Deco, abrangendo um amplo espectro de tons sutis e discretos, cada um com as suas próprias qualidades e características. A paleta de cores neutras primárias inclui preto, branco, marrom e cinza, todos inclusos na categoria de cor pura, o que significa que estão totalmente saturados e não possuem um meio tom (cor subjacente).
Como base natural para qualquer fundo, as cores neutras e suas variações servem para diferentes funções, sendo as mais claras frequentemente utilizadas para equilibrar padrões geométricos extravagantes ou texturas e tons mais escuros, criando um efeito elegante e moderno. Enquanto as cores primárias ousadas atraem o foco visual com sua vibração, os tons neutros são tranquilizantes e suaves para os olhos, ajudando a ampliar áreas menores ou preencher espaços com múltiplas camadas, em vez de marcar um ponto único de atenção. Ao misturar diferentes tons neutros e cores primárias, pode-se influenciar a saturação e a vibração do matiz resultante criando uma variedade de efeitos internos: cores escuras e frias geram uma sensação mais íntima dentro de um ambiente, enquanto os neutros mais claros fazem com que ele pareça maior.
A iluminação de uma sala também influencia a forma como nossos olhos percebem as cores neutras: a iluminação artificial entre 2.700K e 4.000K tende a ter um tom amarelo, por isso, intensifica os neutros mais quentes, enquanto outros fatores de iluminação a serem considerados incluem a sazonalidade, a hora do dia, a posição do sol e o localização do cômodo. Por exemplo, a luz natural do norte cria uma tonalidade azul, fazendo com que as cores neutras pareçam mais escuras e menos saturadas, enquanto a luz leste ou oeste gera uma tonalidade mais quente.
Embora a luz possa ser diferente em cada um desses projetos residenciais, dependendo de sua localização no mundo, a paleta de cores neutras fornece a todos eles a base essencial e atemporal para brilharem de verdade.
Residência Brisa / Volca Interiores
Casa 3 Bronte / David Katon + Matters & Made
Apartamento Vila Madalena / Gui Mattos
Casa sem nome / Associates Architecture
Casa Yugen 幽玄 / Studio Gabriel Bordin
Fonte: Archdaily