Postado em 15 de março de 2024 por sn-admin
Quaisquer dinâmicas de consumo estão sujeitas aos episódios do “barato que sai caro”. Conhece, não é? A expressão se refere à atitude de optar por serviços ou produtos menos custosos, mas que tem potencial para provocar uma bola de neve de gastos adicionais no médio ou longo prazo. No caso de bens de consumo, o dissabor tende a ser mais contornável, mas o prejuízo pode ganhar dimensões inesperadas quando a “compra” em questão é uma obra ou reforma.
A autoconstrução (aquela feita por conta própria) é prática comum entre os brasileiros, que colocam na conta os materiais e a mão de obra, mas ainda deixam de fora do orçamento a contratação de um profissional tecnicamente habilitado para a execução do projeto, ou seja, de um arquiteto. Este foi o caso de 82% entre as 50 milhões de pessoas que fizeram obras de reforma ou construção no ano de 2022, segundo pesquisa do Instituto Datafolha para o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU). A opção por um arquiteto, no entanto, passa longe de ser um luxo e pode garantir tranquilidade durante e depois da intervenção no imóvel.
O presidente do CAU do Paraná, Maugham Zaze, destaca que o valor para a contratação varia, mas que a média vai de 3% a 8% do custo estimado da obra conforme dados históricos (a depender do padrão do empreendimento). É o investimento para garantir não só qualidade de construção, mas também qualidade de vida no espaço projetado e construído.
Na prática, a contratação de um arquiteto colabora para que todo o processo de planejamento e de execução de uma obra seja mais eficiente e para que o resultado atenda as necessidades (e os sonhos) dos moradores. “Para a maioria das pessoas a casa própria é o maior investimento que vai fazer na vida e [contraditoriamente] a maioria delas faz isso sem qualquer planejamento”, lamenta.
Além de buscar soluções criativas e esteticamente agradáveis para o projeto, o profissional de Arquitetura também tem papel fundamental na valorização e otimização do investimento feito pelo cliente, tornando-se uma presença estratégica e, por isso, essencial na avaliação de João Leão, CRO da Archa, plataforma brasileira de contratação de projetos e compra de produtos de arquitetura.
“Seja através da escolha dos materiais que serão utilizados, pensando no custo benefício daqueles que são mais duráveis, na reutilização de materiais e de imobiliário. [Ele também vai] fazer um planejamento que te permita entender a sua capacidade financeira e distribuir isso ao longo do processo, sem contar toda uma questão de gestão de tempo. Com quantas pessoas você lida dentro do processo de uma reforma? Então, realmente, pensar em contratar um escritório de arquitetura é pensar em investimento. É como se você tivesse contratado um gestor de investimento para cuidar do seu dinheiro – que muitas vezes envolve valores relevantes, desde a compra do imóvel até toda a reforma imobiliária”, compara o executivo.
O paralelo traçado por Leão encontra eco em dados de pesquisa qualitativa realizada pelo CAU em 2015. Na ocasião, a maioria dos entrevistados relatou experiências ruins em função da não contratação de um profissional de arquitetura. Os problemas listados foram desde dificuldades com planejamento e orçamento, contratempos com mão de obra (inclusive com a necessidade de refação do serviço) até desperdício de material. Por outro lado, o índice de satisfação observado entre os entrevistados do estudo de 2022 que contrataram um arquiteto (10 milhões) bateu 84%.
Fonte: Revista Casa e Jardim” rel=”noopener noreferrer” target=”_blank”>Revista Casa e Jardim