Postado em 28 de março de 2024 por sn-admin
O trabalho remoto era um sonho inatingível para muitas pessoas antes mesmo da pandemia de Covid-19. Há quatro anos, milhões de pessoas de repente conseguiram evitar as horas desperdiçadas no deslocamento para o trabalho. Em vez disso, elas só precisavam se levantar e, ainda de pijama, ligar o computador para começar o home office.
A par da situação de saúde, dos novos hábitos e das formas de convivência que deixou, a pandemia de coronavírus também permitiu que muitas pessoas realizassem as suas tarefas fora do escritório. E muitas delas simplesmente gostaram da possibilidade de trabalhar de casa.
Se isso já é um senso comum observado por nós no dia a dia, tivemos a confirmação por um estudo da University of South Australia. A pesquisa da universidade australiana analisou como o trabalho remoto influenciou a vida das pessoas.
Este estudo não abordou apenas os efeitos do trabalho remoto durante a pandemia, mas também começou antes mesmo do início dela. Quando a Covid espalhou, a equipe já havia concluído metade da obra. Durante esse período de quarentena, eles examinaram o estilo de vida e o bem-estar dos adultos australianos e puderam observar as mudanças desde o início.
De acordo com os resultados, detalhes interessantes foram revelados já nos primeiros dias de confinamento, como o fato de as pessoas que trabalhavam de casa dormirem quase meia hora a mais e também consumirem mais álcool. Embora alguns dados fossem contraditórios, o estudo mostrou que dar aos trabalhadores flexibilidade para escolherem trabalhar a partir de casa também foi benéfico para a saúde física e mental.
Menos tempo de viagem, mais lazer
O estudo revela que antes da pandemia, o australiano médio gastava 4,5 horas por semana no deslocamento para o trabalho. Usar esse tempo para transporte, segundo pesquisadores, está relacionado a uma pior saúde mental. Considerando que muitos aqui no Brasil enfrentam essa média diariamente, nossos amigos aussies estão reclamando de “barriga cheia”.
As horas extras que estão disponíveis com o home office (aquelas que não são perdidas no transporte público ou particular) podem ser aproveitadas até para trabalhar mais. Porém, o ponto mais positivo é se dedicar a outras atividades ou cuidados pessoais.
Por exemplo, algumas pessoas têm utilizado esse tempo adicional não só para o essencial lazer, mas também para mudança de hábitos alimentares, como reduzir o consumo de lanches rápidos para comer opções mais saudáveis, como verduras, frutas e laticínios – que podem ser preparados com mais cuidado em casa.
As vantagens e desvantagens do home office
Este estudo confirma várias coisas, como o impacto na saúde mental. Por exemplo, quando foi necessário trabalhar de casa, como no início da pandemia, a saúde mental e o bem-estar diminuíram. No entanto, quando as pessoas puderam escolher e decidiram pelo home office, o efeito foi positivo.
A pesquisa também abordou outros detalhes, como preocupações sobre trabalhar em casa, pois pode afetar negativamente a coesão, a colaboração em equipe e os laços sociais, bem como as oportunidades de promoção. Apesar disso, o estudo indica que, embora a ligação com os colegas seja difícil de reproduzir remotamente, o desempenho e a produtividade no trabalho parecem permanecer estáveis e até melhoram quando se trabalha a partir de casa.
Outros detalhes também são mencionados, como o de que aquelas pessoas que trabalham em tempo integral em casa ou em modelo híbrido têm satisfação no trabalho e maior bem-estar. O estudo conclui que o home office “parece posicionar-se como uma opção entre muitas outras para apoiar um ambiente de trabalho melhor, mais inclusivo e flexível”, apesar da opinião contrária da Amazon e de outras big techs.
Fonte: BR IGN