Custo da construção em Minas Gerais fica estável, segundo IBGE

Postado em 18 de junho de 2024 por

Maior alta de 2024 em Minas Gerais foi verificada em abril, com elevação de 1,80%

O custo médio da construção em Minas Gerais ficou praticamente estável em maio deste ano, segundo o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Caixa Econômica Federal. A variação foi de 0,01% no Estado, e de 0,17% no Brasil. Foi a menor variação do ano até o momento no Estado.

A maior alta de 2024 em Minas Gerais foi verificada em abril, com elevação de 1,80%. O resultado daquele mês, segundo o coordenador do Sinapi em Minas, Venâncio da Mata, foi impactado pelos custos da mão de obra. Em janeiro, a variação foi de 0,04%; em fevereiro, a elevação foi de 0,30% e em março, de 0,13%.

O levantamento divulgado na terça-feira (11) mostra que, no acumulado de janeiro a maio, a alta no custo da construção de Minas Gerais foi de 2,29%, enquanto no País a elevação foi de 0,99% no período. Nos últimos doze meses, as elevações foram de 1,03% e 2,31%, respectivamente.

Da Mata explica que o resultado de maio é fruto do desempenho do custo dos materiais de construção por metro quadrado, que ficou praticamente estável na passagem de abril para maio, saindo de R$ 969,79 para R$970,03, com variação de 0,02%.

De acordo com o estudo do IBGE, em Minas Gerais, o custo da construção por metro quadrado chegou a R$1.648,85 (94,80% da média nacional) em maio, sendo R$ 970,03 referentes aos materiais (96,35% da média nacional) e R$ 678,82 à mão de obra (92,68% da média nacional). O resultado para o Brasil mostra que o custo foi de R$1.739,26, sendo R$1.006,80 relativos aos materiais e R$ 732,46 à mão de obra.

Em maio, o estado com a maior taxa foi o Acre (2,16%), impactado pela alta na categoria profissionais, seguido por Maranhão e Distrito Federal, 1,88% e 1,60%, respectivamente, sob as mesmas condições.

Na análise do IBGE por região, a Norte ficou com a maior variação regional em maio, 0,34%, com alta em quatro dos seus sete estados. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,30% (Nordeste), 0,06% (Sudeste), -0,03% (Sul) e 0,32% (Centro-Oeste).

Constatação da estabilidade no custo da construção em Minas Gerais
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Renato Ferreira Machado Michel, confirma a estabilidade no preço dos insumos. “Os materiais pararam de subir, o que é positivo, só que se estabilizaram na alta”, observa.

Ele explica que, nos últimos anos, em razão da pandemia que teve reflexos negativos nas cadeias produtivas no mundo, os preços dos materiais tiveram alta expressiva, em alguns casos, o valor cobrado dobrou, impactando o custo da construção em Minas Gerais.

“Isso fez com que os preços dos imóveis ficassem mais caros nos últimos anos, acima da inflação, dificultando o acesso ao sonho da casa própria, já que o desempenho da renda das famílias não foi capaz de acompanhar a elevação dos preços”, diz.

Para o dirigente, a perspectiva é de estabilização nos preços dos materiais em 2024. “Não vejo espaço para aumentos, a não ser que aconteça algo atípico, tanto no cenário nacional ou internacional, que possa impactar os preços dos materiais”, diz.

Ele acrescenta que para que os imóveis se tornem mais acessíveis, além do recuo no preço dos insumos, é importante que haja redução da taxa básica da economia, a Selic. Atualmente a taxa está em 10,5%. Na segunda-feira (10), o Banco Central (BC) divulgou o boletim Focus, que mostrou que o mercado financeiro manteve a previsão da Selic para 2024 em 10,25%. Há quatro semanas a previsão do mercado era que o índice ficasse em 9,75%.

A Selic influencia outras taxas de juros do País, como taxas de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. A definição da taxa Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação.

Fonte: Diario do comercio