Postado em 13 de novembro de 2020 por sn-admin
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou há pouco que o planejamento da instituição, na retomada do país após a crise na economia iniciada pela pandemia em meados de março, é ajudar nas reformas. “Nosso plano são reformas estruturantes, disciplina fiscal e deixar o mercado privado trabalhar”, afirmou ele.
Em fala durante evento virtual promovido pelo banco Itaú “Macrovision 2020”, Montezano afirmou ainda sobre planos do banco para o futuro. “O BNDES tem que ser um banco movido por propósitos, não está aqui para concorrer com bancos privados”, afirmou. “Nossa missão é para colaborar para que o sistema econômico-social e ambiental do Brasil se desenvolva”, completou.
O executivo fez questão de ressaltar a importância do assunto sustentabilidade nos negócios do país. “O tema de sustentabilidade chegou para ficar, o mundo está pronto para um banco sustentável”, disse.
Outro aspecto mencionado por Montezano foi o papel do banco no impulso a projetos de infraestrutura. O executivo frisou que o banco, cada vez mais, vai apoiar o governo federal e os Estados em projetos de infraestrutura. No entendimento dele, o banco tem conhecimento, que pode compartilhar com os governo, ao mesmo tempo em que desenvolve novos produtos para auxiliar o país no cenário pós-crise. “O foco é infraestrutura, crédito para MPMEs [pequenas empresas] e questões de sustentabilidade”, resumiu.
Rota de saída da crise
Gustavo Montezano afirmou ainda que, em seu entendimento, o país está na rota de saída da atual crise ocasionada pela pandemia. “Estamos “nos finalmentes dessa crise” disse há pouco, em evento virtual.
Na análise do executivo, nos últimos seis meses, a crise foi um aprendizado que será muito utilizado pelo banco para se discutir a agenda de retomada do país, para o futuro. Ele frisou que, o que se viveu no país durante a pandemia foi “algo inédito”. “Temos que aprender com o que está acontecendo”, reiterou ele.
Na análise dele, com a retomada já iniciada na economia, o banco agora pode voltar para agenda de longo prazo, que era desenvolvida pelo BNDES antes de o “meteoro invísivel” da pandemia atingir o Brasil.
Em sua fala, ele comentou sobre as medidas que o banco tomou em seu momento de enfrentamento da atual crise. “O BNDES teve três pilares”, enumerou ele. “Um foi de suporte a Estados e municípios”, afirmou. “Um segundo pilar para grandes empresas e o terceiro, nosso principal foco, foram a micro, pequenas e médias empresas”. “Nesses três pilares, nosso foco principal foi o terceiro, o apoio às MPMEs [micro e pequenas empresas]” disse.
Investimentos em saneamento
O presidente do BNDES também comentou sobre a atuação do banco na área de infraestrutura. No caso de saneamento, o executivo afirmou que, em seu entendimento, o ambiente regulatório, financeiro e político do país são favoráveis aos investimentos no setor.
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Ele comentou ter falado sobre saneamento com muitos governadores, e que teria dito que o BNDES teria muito capital disponível para apoiar o desenvolvimento do setor, no sentido de privatizações. No entendimento dele, a universalização dos serviços de saneamento no Brasil pode vir antes do que se imaginava.
Ainda sobre privatizações, Montezano afirmou que o banco anunciou hoje edital da Companhia Energética de Brasília (CEB) e de outra elétrica, a CEEE, no Rio Grande do Sul. “Temos pautas de rodovias, no total de 14 mil quilômetros em projetos”, acrescentou.
Outro setor mencionado por ele foi o de parques. Montezano informou que há mais de 30 parques estaduais a serem repassados ao setor privado via concessões. Nos portos, o BNDES teria de sete a oito projetos, afirmou ele, sendo o mais relevante o do porto de Santos. “Temos ferrovias, cabotagem, transformação do gás” afirmou ele. Sobre esta última área, acrescentou que o banco tem “estudo profundo” sobre o setor de gás natural, com relação oferta e demanda fechando de forma “simples” e atendendo a mercado.
Agenda de finanças verdes
Ainda durante o evento virtual, Gustavo Montezano afirmou que o Brasil “vai liderar a agenda de finanças verdes no mundo”. Para o executivo, o sistema financeiro do Brasil é bem desenvolvido em comparação com outros países emergentes. O país tem maior capital ambiental do mundo, notou ele. “Somos uma democracia sólida e um mercado de capitais desenvolvido”.
Ele comentou que o país tem condição de ver oportunidades na agenda de sustentabilidade. “Esse é um mercado que está sendo criado e a verdade é que os produtos financeiros ainda estão sendo desenhados”, notou. “Temos uma baita oportunidade para um país como o Brasil; temos que liderar essa agenda ESG [sigla em inglês para foco em questões nos aspectos ambiental social e de governança]”, afirmou ele.