Boletim da Construção – Outubro de 2024 [Publicação 08/10/2024]

Postado em 22 de outubro de 2024 por

Nessa edição
Resumo do Período

Temas Especiais

PIB: Brasil e Construção Civil
Vendas Comércio Varejista: Material de Construção
PIB: Participação da Construção
Principais Indicadores do Setor

Emprego: Estoque do Emprego Formal
Termômetro: Expectativa de Atividade
Termômetro: Consumo Aço Longo e Cimento
Termômetro: Investimento Governo Central
Lançamentos e Vendas: Imóveis Residenciais
Lançamentos e Vendas: MCMV
Financiamento: Operações Contratadas FGTS
Financiamento: Operações Contratadas SBPE
Custos e Preços: IGMI-R vs INCC
Custos e Preços: SINAPI vs IPCA
Destaques de Acontecimentos e Notícias

RESUMO

Participante do resultado positivo do PIB nacional no segundo trimestre de 2024, a Indústria da Construção continua a apresentar dinâmica ascendente. Em termos de empregos formais, o mês de agosto contou, para o caso do Brasil, com um crescimento de 0,5% no estoque de trabalhadores em relação ao mês anterior. No Estado de São Paulo também ocorreu expansão, ainda que menor (0,2%). Acompanhando o bom momento, em setembro houve aumento no otimismo dos empresários quanto aos próximos 6 meses, tanto no Brasil, quanto no Estado de São Paulo.

Termômetro importante do desempenho da construção formal e informal, o consumo aparente de aço longo e de cimento mantém o crescimento observado desde o início do ano. No acumulado em 12 meses, o aço se expandiu 1% em agosto, enquanto o cimento teve crescimento de 0,3%.

Um dos motores mais importantes dessa dinâmica, o investimento do governo central em obras e instalações continua a apresentar crescimento, já contabilizando alta, no acumulado em 12 meses, de 16% no período de um ano (julho contra julho). Não obstante, esses dados não contemplam parte dos recursos da União que vão para as denominadas “obras Pix”, utilizadas em diversas obras e instalações ao redor do país.

Outro exemplo desse momento positivo está nos lançamentos e vendas de imóveis, que, no Brasil, cresceram, respectivamente e no acumulado em 12 meses, 2,8% e 2,2% (junho comparado a maio). Os imóveis do MCMV seguem a mesma tendência, com aumento mais elevado, de 7,1% nos lançamentos e 3,3% nas vendas, dentro da mesma janela de comparação.

Parte necessária dessa expansão, o financiamento tem acompanhado esse ritmo de ampliação, com as contratações por meio do FGTS, no acumulado em 12 meses de agosto, alcançando crescimento de 37% frente ao mesmo mês do ano passado. Também tem ocorrido recuperação das operações contratadas com recursos poupança (SBPE) que, não obstante a manutenção de juros elevados, conta com um aumento constante desde março, com crescimento de 3,2% em agosto (acumulado em 12 meses).

Relativamente comportados ao longo do ano, os custos da atividade da construção têm apresentado crescimento paralelo com o preço dos imóveis financiados (INCC de agosto de 0,7% e IGMI-R de 0,8%). A abertura dos custos, por meio do SINAPI, aponta que, apesar de o crescimento dos custos totais se encontrar em patamar abaixo do IPCA (3,1% versus 4,2%, na variação mensal do acumulado em doze meses), a mão de obra continua a apresentar aceleração acima dos outros componentes (5,1%), em conjunto de uma elevação mais significativa do custo dos materiais (1,6%).

Os seguintes pontos de atenção devem ser acompanhados:

• Efeitos do aumento da taxa de juros e sua provável continuidade;
• Capacidade do setor da construção de manter o ritmo de crescimento observado no 2º trimestre de 2024;
• Possíveis cortes nos investimentos públicos por conta de restrições fiscais;
• Risco de exaustão dos recursos do FGTS e da caderneta de poupança no médio e longo prazo;
• Dificuldade de contratação de mão de obra, que continua a ser o principal componente a pressionar os custos do setor.⠀

TEMAS ESPECIAIS

Em outubro, aproveitamos a divulgação do PIB trimestral pelo IBGE para analisarmos a evolução recente do desempenho econômico do setor da construção. Partindo do 1º trimestre de 2022, comparamos a variação trimestral do produto do setor com a do restante da economia, destacamos o volume de comércio varejista de material de construção para entender a atual dinâmica da construção informal e apontamos, de acordo com a metodologia oficial do IBGE, a participação do PIB da construção no total do país.

Fonte: FIESP