Postado em 7 de maio de 2025 por sn-admin
O Duolingo substituirá parte de sua rede de colaboradores externos por inteligência artificial. O anúncio foi feito pelo CEO Luis von Ahn em um e-mail interno, que foi publicado posteriormente na conta oficial da empresa no LinkedIn. Mas por trás da declaração de que serão “uma empresa que prioriza a IA”, há uma reviravolta maior. Não apenas em sua estratégia, mas também em relação ao tipo de mundo que estamos começando a habitar.
O que o Duolingo fez não foi simplesmente automatizar tarefas, mas demonstrar que, em determinados setores, como em criação de conteúdo, o talento humano não está mais sendo visto como algo necessário. O que costumava ser lento, caro e artesanal, agora pode ser sintetizado em massa e em segundos. Sem esgotamento. Sem folha de pagamento. Sem demandas criativas. De forma silenciosa.
Nos últimos 30 anos, a Internet nos trouxe para uma economia em que o capital humano — ideias, criatividade, linguagem, julgamento — era considerado o principal, ou seja, as pessoas eram indispensáveis. Mas estamos vendo o início de uma dissociação: a separação entre o valor digital e a contribuição humana direta. Um novo ponto de partida.
A IA não está apenas substituindo tarefas, mas começando a redesenhar os limites. Saber como fazer algo bem feito não é mais suficiente. Se uma máquina puder realizar o trabalho de um jeito aceitável, o ser humano pode não ser mais considerado necessário, mesmo que sua versão seja melhor e mais refinada, com julgamento e um toque humanizado. Com isso, levantamos a discussão: Será que as máquinas estão superando o talento humano?
Independente disso, a história se lembrará desse gesto do Duolingo não por seu efeito imediato, mas pelo que ele antecipa: uma nova fase. Mais do que uma mudança tecnológica, uma mudança global, uma nova era digital.
Fonte: BR