Postado em 23 de maio de 2025 por sn-admin
Pesquisa de quatro anos revela que o teletrabalho, impulsionado pela Covid-19, transformou a qualidade de vida, impactando saúde, hábitos e produtividade. O futuro aponta para modelos híbridos mais flexíveis.
Há quatro anos, o mundo foi impulsionado para uma realidade de trabalho sem precedentes. O teletrabalho, antes uma modalidade marginal, catapultou-se para o centro das operações de milhões de pessoas globalmente. O que começou como uma necessidade imposta pela pandemia de COVID-19, agora, após anos de estudo aprofundado, confirma uma suspeita crescente: trabalhar em casa nos deixou mais felizes. Uma pesquisa exaustiva da Universidade da Austrália Meridional, iniciada pouco antes da crise sanitária, revelou que, mesmo nos primeiros meses de confinamento, o bem-estar geral dos trabalhadores remotos apresentava melhorias significativas.
Uma das revelações mais impactantes do estudo reside na eliminação do tempo de deslocamento. Antes da pandemia, um trabalhador australiano dedicava, em média, 4,5 horas semanais ao trajeto casa-trabalho. Esse tempo, frequentemente subestimado, exercia um impacto negativo considerável na saúde mental e física. Com o teletrabalho, esse fardo foi retirado, permitindo que os profissionais aproveitassem o tempo extra para dormir mais, dedicar-se à família e engajar-se em atividades que promoviam seu bem-estar. O relatório aponta que 33% dos entrevistados usaram esse tempo para lazer, resultando em maior atividade física e pausas mais saudáveis ao longo do dia.
Além do tempo, a pandemia redesenhou hábitos. A proximidade da cozinha levou a um aumento notável no consumo de alimentos frescos e preparados em casa, como frutas, vegetais e laticínios, mesmo com o aumento dos lanches. Essa mudança, em geral, traduziu-se em hábitos alimentares mais equilibrados e uma atividade culinária que, por si só, pode reduzir o estresse. Contrariando o senso comum de que a produtividade diminuiria sem a supervisão presencial, o estudo demonstra o oposto: muitos relataram um aumento de produtividade devido à liberdade de organizar suas rotinas sem as interrupções típicas do escritório. O apoio corporativo, nesse cenário, provou ser vital, elevando a satisfação profissional, reduzindo o esgotamento e fortalecendo a lealdade do colaborador.
O teletrabalho, portanto, transcendeu sua natureza de solução emergencial. Ele evidenciou a urgência da flexibilidade para o bem-estar dos trabalhadores, embora reconhecendo que não é uma solução universal, nem todos os trabalhos ou perfis se adaptam a essa modalidade. O futuro aponta para um modelo híbrido, onde a adaptabilidade e a escolha individual serão pilares. Empresas que abraçarem essa abordagem não apenas garantem o bem-estar de suas equipes, mas também se posicionam estrategicamente para o crescimento e a produtividade na nova era do trabalho.
Fonte: Itatiaia